sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Só eu nao estou preocupado com o monstro?
Cinco minutos de Cloverfield! E é arrasador, e querem saber mais? Não ligo a mínima pro fato do monstro ainda não dar as caras, porque só o clima de desespero das imagens é maravilhoso.
A volta de Lost
O trailer não mostra muito, pra variar. Apenas umas bolas amarelas curiosas, outro símbolo da Dharma e o famigerado Charlie. Ah, pelo que eu vi comentando em outros blogs, o número seis aparece (não me pergunte onde), e serve para indicar o número exato de pessoas que vão deixar a ilha. Já se sabe quem são, mas é óbvio que eu não vou olhar né?
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Idiotas e TV a Cabo
Qual é o problema com as pessoas? Sério, o que está acontecendo? Vejo um monte de gente falando no meio onde eu trabalho: “O cinema nacional precisa de mais incentivos, o audiovisual precisa cair no gosto do povo” e blábláblá. Como sempre esse tipo de frase é igual teoria sobre como a seleção brasileira deveria jogar, até a tia Cotinha tem uma idéia.
Qualquer imbecil formula uma idéia sobre porque o audiovisual nacional não cai no gosto do povo. E como, pra resolver esse problema, deveriam ser criados mecanismos específicos. A lei Rouanet e a Lei do Audiovisual já são malhadas até não poder mais. É claro que elas não são perfeitas, aqui no Brasil nada é. Mas, poxa, é um começo. Não precisa ser nenhum perito pra olhar para trás, nos últimos quinze anos, e ver o tanto que a produção audiovisual aumentou. Se o conteúdo em geral é bom é uma outra questão. Eu pelo menos sou do tipo de opinião que é dando a cara a tapa que se aprende a fazer, então, o natural é que quando a coisa está engatinhando os resultados não sejam os melhores. O problema é que tem sempre os idiotas do tipo: “Não assisto filme nacional nem fudendo!”. Problema seu tiozão (são sempre tiozões). Tem também o tipo que sempre compara os seriados nacionais, super escassos, com os americanos.
Nessas horas eu me pergunto: “Será que esse imbecil já esteve próximo de um orçamento de um filme ou seriado?”. Porque eu já. E mais, será que essas pessoas já pararam pra pensar na dificuldade que é pra tentar vender um seriado pra um canal por assinatura? Porque funciona mais ou menos assim meus amigos: um seriado como Friends, digamos, tem um orçamento de 10 milhões por episódio (deve ser até mais, estou chutando). A grana é alta porque os cachês dos atores são imensos, no caso de atores que são famosos, como esses eram. Além do marketing, salários de produtores, roteiristas, equipe técnica, etc.
Uma emissora americana financia numa boa esse orçamento. Se for um seriado de sucesso vai render uma nota preta com anunciantes, patrocinadores, produtos licenciados, vendas de DVD, etc. Aí, vem um canal como a Warner, que só retransmite o que os canais como a ABC produzem, e compra uma temporada de Friends para exibir e reprisar na América Latina ad infinitum.
E você acha que ela compra pelos mesmos 10 milhões o episódio? Nunquinha, é que agora que o seriado está pago pelas rendas com anunciantes, patrocinadores e o diabo a quatro, a ABC vai querer vender mais barato pra conseguir dar mais saída pro produto. Assim, vários canais compram as temporadas, bem mais barato, já que ela está saindo da Finlândia até o Marrocos. Até a Record exibiu Friends (foi a Record?), e vocês não acham que ela pagou 10 milhões por episódio, com uma temporada de 22 episódios cada, né?
Agora chegamos na questão que eu queria: há alguns dias veicula na TV a cabo uma propaganda insistente para que o projeto de lei nº 29 de 2007 não seja aprovado. A propaganda é veiculada pela ABTA, Associação Brasileira de Televisão por Assinatura. O mote da campanha é a preservação do seu direito de escolha, já que o projeto de lei em questão visa a obrigatoriedade de uma cota de programas nacionais em canais estrangeiros. A cota é de 10% em canais estrangeiros, sendo que 50% dos canais dos pacotes tem que ser nacionais.
A ABTA diz que isso é um abuso e que vai tolher nosso direito de escolha. Como assim? De repente eu vejo que tem um canal chamado “TV Frevo” no meu pacote e aí vou ser obrigado a assisti-lo? Eu não sei se a ABTA sabe, mas, no meu pacote da SKY tem um monte de porcarias que eu nunca assisti, não necessariamente nacionais. Acredito que 70% do meu pacote da Sky não tem nada que eu assista. Pergunta se eu tenho a ‘liberdade’ de me livrar desses canais para enxugar meu pacote? Claro que não.
O que me assusta é como as pessoas são idiotas. A campanha da ABTA é tão somente para privá-la de comprar material nacional, que não é revendido e sim produzido. Ou seja, ela não vai mais poder comprar seriados reprisados dos EUA a preço de banana, em troca ela vai ter que comprar de produtoras nacionais, saindo muito mais caro pra ela. Agora, se vai sair mais caro pra ela eu não sei, e, francamente, não é problema meu. Tem, é lógico, aquela desculpinha sempre “ah, mas aí eles vão acabar aumentando o valor dos pacotes”. E é lógico que eles vão fazer isso, sempre que aumenta o custo esse aumento é repassado para os consumidores. Mas isso não é desculpa, você não pode impedir que a produção do audiovisual avance só pra poder preservar o balanço de algumas empresas, isso é uma lógica destorcida. Se aumentou meu filho, ou você cancela ou negocia com sua fornecedora de TV por assinatura.
Além do mais, 10% da programação dá 2 horas e 24 minutos! Se fosse programação contínua, e não é, tem comerciais. Sendo assim, as emissoras vão ter que investir em duas horas diárias de programação nacional. Se ela comprar um pacote de animações em flash feitas pelo estúdio Zé das Couves, pra exibir as três da matina, quanto você acha que isso vai custar? E não me venha com esse papinho de que a qualidade vai cair. Você já viu a qualidade das legendas do seu canal por assinatura ultimamente? A qualidade dos comerciais e das vinhetas? Já viu, pra resumir, a qualidade da Fox? Estou falando isso só pra mostrar que qualidade não é exatamente o topo da lista de prioridades da TV a Cabo.
E além do mais, as pessoas já vão fazendo previsões como se os produtos nacionais que as emissores serão obrigadas a comprar sejam novelas e outras porcarias nacionais. Depois eu é que sou antipatriota, os idiotas acham que só se produz merda por aqui e fica por isso mesmo. Como eu trabalho numa empresa de animação eu sei, por experiência própria, que idéias nós temos aos montes. E das boas. Só precisamos de espaço e chances iguais, sem precisar competir com um canal que compra séries de animação no quilo, de empresas americanas que, por sua vez, terceirizam animação em países como a China ou Índia, por 0,08 centavos o minuto.
Só sei que é no mínimo uma falácia, essa campanha da ABTA. E tem um monte de gente que apóia, em dois blogs que eu considero muito, por exemplo, houve manifestações de apoio. Num deles, especializado em cinema, fala-se muito em cinema nacional e quais as soluções para nosso audiovisual. E quando aparece uma lei pra começar a ajudar, eles criticam, porque vão deixar de ‘escolher’ o que assistir. Eles estão precisando me dar o telefone da operadora de TV a Cabo deles, porque, na minha, eu não consigo escolher nada neste momento. É mais uma prova de que o marketing funciona mesmo, ainda que seja imbecil. É prova também que as pessoas acreditam em tudo que assistem na TV. Talvez as TVs estejam certas, ninguém vai ter escolha mesmo, elas já não tem agora, ninguém pensa mais se não tiver uma campanha de marketing pra ajudar.
A campanha da ABTA.Uma opinião brilhante, na minha opinião, sobre o assunto.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Speed Racer - Trailer
Arquivo em alta no Omelete.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Extermínio 2

Extermínio 2, também conhecido como 28 Weeks Later, narra a história dos primeiros britânicos de volta a Londres, seis meses depois da primeira infecção. O vírus, mostrado no filme anterior, transformava imediatamente pessoas em zumbis loucos por carne humana. Cinco semanas após a evacuação de e isolamento da Inglaterra, os monstrengos morreram de fome. Algum tempo depois o exército americano, obviamente, entra na cidade e começa a reestruturá-la. Seis meses depois os britânicos que sobreviveram a primeira infecção começam a retornar, em clima de lei militar.
Você deve ter reparado que eu disse sempre ‘primeira infecção’, porque, obviamente, o vírus volta a atacar. Não faria o menor sentido uma continuação do primeiro filme se isso não acontecesse. E a continuação é até interessante, mantém o mesmo clima sombrio e de destruição do seu predecessor. Com a diferença que em Extermínio a destruição é sempre mais visceral do que nos filmes americanos. Nestes, o enfoque acaba sendo nas paisagens digitais e explosões faraônicas.
O problema é que Extermínio 2 peca exatamente onde o outro acertava. Quer dizer, não sei se acerto seria a palavra correta. No primeiro filme as pessoas se transformavam em animais violentos quase que imediatamente depois do contato com um infectado. Parece inverossímil, e de fato é, mas se você vai acreditar em todo o resto, what the hell! A questão é que essa velocidade de contração da doença tornava o filme muito interessante, criando situações estressantes para os personagens principais.
O segundo filme mantém a mesma velocidade de contaminação, mas, não faz um bom uso dela. Quando vários sobreviventes estão enclausurados e um infectado começa a os atacar, os militares tomam a ‘sábia’ decisão de matar todos. Se o vírus se espalha tão rapidamente assim, seria óbvio que o correto a fazer era esperar que os infectados se manifestassem, separá-los dos outros e manter os sobreviventes. Fazendo exatamente o contrário o filme desperta um sentimento de artificialidade, como se os roteiristas tomassem uma decisão criativa única e exclusivamente para manter a história funcionando. Agora, os personagens centrais da trama, um menino de 12 anos e sua irmão de 16, além de enfrentarem os infectados, tem que enfrentar também o exército americano jogando napalm em suas cabeças.
A história dá um passo a mais ao introduzir um personagem que parece ter a capacidade de não apresentar os sintomas do vírus, mas apenas carregá-lo em sua corrente sanguínea. Ao que parece, essa é uma franquia que ainda verá alguns outros descendentes.
Project Direct
Existiam três condições no projeto: 1. O personagem principal precisaria enfrentar uma situação além do seu nível de maturidade, 2. Alguém no filme precisaria dizer a frase "I demand an explanation for these shenanigans! What do you have to say?" e 3. Em determinado momento do filme um personagem precisaria passar uma foto a outro. Além disso o filme deveria ter de 3 a 7 minutos.
Laços conta a história de uma garota emo e um garoto emo que quer de todo o jeito que ela lhe faça um laço na gravata. E, olha, é difícil aguentar o 6 minutos e poucos desse filme. Qual é o problema com os atores amadores brasileiros? Todos precisam ser ruins? Eu sei que o filme era amador, mas, My Name is Lisa, que ficou com um terceiro inexplicável lugar, também era amador. E a garotinha que vive Lisa dá um banho nos dois atores de Laço juntos. Além do mais, em Laços você percebe no que aquela pataquada toda vai dar antes mesmo do fim, mas a diretora insiste em cenas longas, tornando tudo aquilo muito tedioso de assistir.
Confira Laços.
E agora Confira Gone in a Flash, o segundo lugar, de alguém que tem pelo menos noçoes de fotografia.
E agora, My Name is Lisa, meu preferido entre os três. De alguém que tem noções de como se contar uma história.
Essa vitória só pode ser explicada por massivas votações da família da diretora.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Minha Amada Imortal
A cena em questão é quando Beethoven ouve, pela primeira vez, um concerto com a nona sinfonia. Em montagem paralela, vemos cenas de sua infância, com seu pai abusivo. Cansado de tanto apanhar, o jovem Beethoven foge pela janela e corre por uma floresta tomada pelas trevas da noite. Entra num lago que espelha o céu acima dele. A câmera sobe e nos dá a impressão que o menino está subindo aos céus, enquanto ouvimos a magnífica nona sinfonia de Beethoven. Beethoven nada no cosmos. Nunca um menino esteve tão só e tão próximo do infinito. Isso sim é cinema.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Planeta Terror
Planeta Terror é a primeira parte de Grindhouse, dobradinha de médias-metragens feitos por Robert Rodriguez e Quentin Tarantino. Grindhouse eram sessões costumeiras nas décadas passadas, nos EUA. Dois filme de terror do tipo z eram exibidos para platéias pouco exigentes.
No Brasil - também conhecido como Jaculândia - a distribuidora dos filmes resolveu não apostar na recriação dos Grindhouses. Veremos os filmes separadaos mesmo, isso porque eles foram lançados juntos em Abril nos EUA, e já saíram em DVD por lá.
Anyway, quem não assistir esse filme imbuído do maior dos espíritos de galhofa vai se dar muito mal. E é um filme divertidíssimo viu, Robert Rodriguez acertou a mão em cheio, recriando o espírito de um filme de terror B. A história é simples: uma cidade sofre um atentado de zumbis carniceiros, que foram criados a partir de um gás de uso militar. A esperança reside em apenas alguns, que são imunes ao tal gás e desejam a todo custo fugir dos monstros. No meio disso tudo você pode ver sangue jorrando aos montes, rostos deformados, ranhuras na película do filme, mulheres sensuais se exibindo, armas poderosas sendo disparadas, etc. A vontade do diretor de fazer o público sentir a experiência de filmes B é tamanha, que ele finge que um dos rolos se perdeu, e ficamos sem saber alguns detalhes da trama. Exatamente como as platéias de antigamente, em cinemas pouco organizados e meticulosos.
Dois pontos negativos: não acho que o casal principal da trama tenha química suficiente para convencer como casal, e, não gostei de Freddy Rodríguez como El Wray, acho que ele também não é gabaritado suficientemente para ser o herói estereotipado que um filme como esse pede. Já Rose McGowan convence como a striper com perna de metralhadora que ilustra o pôster. E Marley Shelton é ótima como a Dra. Dakota, com suas mãos adormecidas na maior parte do tempo. Detalhes para as participações de Quentin Tarantino como um soldado tarado e Fergie, do The Black Eyed Peas, como uma motorista que é devorada pelos zumbis.
A Lenda de Beowulf

Filmes como a Lenda de Beowulf sempre despertam aquelas discussões intermináveis, será que um dia a animação vai substituir atores de verdade? Obviamente que não, respondem todos em coro. Mas, por que não?
Minhas opiniões são mais filistéias, eu acredito que a possibilidade de computação gráfica substituir atores é grande, mas num futuro mais distante. Acredito também que a maioria das pessoas pensa que o 3D vai ser usado como uma ferramenta e não como peça central porque acreditam que nós, os humanos, somos insubstituíveis. Não sei não, isso me parece falso.
A maioria alega que os ‘bonecos’ 3D não têm brilho nos olhos, a boca não se move adequadamente quando falam, etc. Estão certos, pelo menos por enquanto. Mas daqui uns 15 ou 20 anos acho que essa situação vai mudar muito, e não vai ter ninguém que saiba diferenciar um de outro.
É claro que uma produção assim custa muito tempo e dinheiro. Não é nada viável fazer um filme do tipo “ela morava só em um apartamento com seu cachorro” em 3D. Demoraria horrores, um tempo mais do que suficiente pra filmar em carne e osso, editar, fazer marketing, distribuir e sair em DVD.
Mas mesmo assim acho que é viável em muitos casos, e daqui um tempo, se a tecnologia permitir uma diminuição no tempo de produção, vai ser o futuro. A maior parte do orçamento de um filme com gente famosa em Hollywood é com cachês. A maior parte mesmo. Um filme com Julia Roberts, Tom Cruise e Brad Pitt juntos deve custar uns 3 bilhões de dólares, mesmo que seja a história de três pessoas confinadas numa caixa de papelão. E isso pra ter que aturar coisas do tipo: “Quero um camarim com m&ms só vermelhos!”, “Não fale comigo durante a filmagem inteira, me desconcentra”, “ Faz o meu pipi ser maior”, etc, etc. É por essas e outras que eu acho que os ‘bonecos’ são o futuro, eles são o autêntico gado do Hitchcock.
Mas e quanto ao filme propriamente dito?
Eu gostei de A Lenda de Beowulf. É uma aventura maravilhosamente ambientada e contada. A direção de Robert Zemeckis erra a mão um pouco, em ambiente 3D não existem limites para a câmera, e isso é um pouco preocupante. Se o diretor não se cuidar o filme pode parecer uma apresentação de maquete eletrônica, onde a câmera dança o tempo todo pela tela. Zemeckis perde pontos nesse quesito, a minha tensão durante o filme era esperar que ele enfiasse a câmera pelo buraco de alguma narina só para fazer com que ela saísse pelo outro. Mas no geral sua câmera é bacana, ele cria imagens e movimentos muito bonitos. Aliás, ele é fã de pequenas trucagens há muito tempo, em Contato, por exemplo, eu me lembro sempre da cena onde a pequena Ellie corre ao armarinho de remédios para ajudar o pai. Portanto, esse é um solo seguro para Zemeckis, eu só podaria o excesso de movimentos grandes de câmera. Ah, eu também cortaria um monte de objetos que quando caem descrevem rodopios intermináveis no ar.
Quanto ao roteiro de Neil Gaiman (Ave!) e Roger Avary eu diria que é eficiente. A interrupção da narrativa logo no início, pelo próprio Beowulf para narrar um flashback, parece cortar o fluxo da história ao meio. Mas a história narrada se mostra importantíssima para entendermos a personalidade do herói, e dos eventos que se desenrolarão. Eu só acho que o personagem de John Malkovich é mal aproveitado pela história, fazendo uma oposição muito pobre ao herói. Fora isso, Beowulf é composto excepcionalmente, ele emerge como um herói falho e vaidoso, mas que demonstra toda a bravura que as canções dos bardos lhe atribuem.
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Heroes, amor ou ódio?
Alguém pode me explicar o que anda acontecendo com Heroes? Nunca odiei tanto e amei tanto um seriado. Do episódio oito ao nove eu vibrei, ignorei completamente os furos no roteiro, os constantes resets da história e os personagens agindo aleatoriamente. Até disse pra mim mesmo ‘e pensar que quase desisti de ver esse seriado maravilhoso’. Ledo engano, ledo engano. A verdade é que Heroes é uma bosta mesmo, tenho que admitir.
Os personagens parecem agir como pessoas em um jogo de RPG, uma parada de dados decide o que eles vão fazer. Os roteiristas definitivamente não conhecem o conceito de coerência, ou, são todos esquizofrênicos. Na primeira temporada o Peter só queria saber de descobrir seus poderes, cismava por tudo quanto era santo que podia voar. E agora? Agora que ele descobre que é praticamente um semi-deus, o cara, repentinamente, quer ser normal! O Mohinder queria acabar com a Companhia que supostamente tinha matado seu pai, mas, atualmente, ele trabalha com eles! Como ele mudou de idéia? Simples, um belo dia quando a menininha mais chata do mundo, chamada Molly, resolveu entrar em coma, o Mohinder concluiu com toda a astúcia que lhe é pertinente, que o melhor lugar para levá-la seria a Companhia. Brilhante! Ele deve ter tirado esse diploma de geneticista dele na Faculdade São José dos Capins, aqui pelo Brasil mesmo.
Lembram-se que alguém queria explodir Nova York na primeira temporada? Supostamente pra levar o Nathan a presidência dos EUA? Pois é, ninguém fala mais nisso. Agora a modinha é falar do vírus. Como diria the Beast, minha Santa Aquerupita!
Outra coisa que me incomoda muito: os heróis do título são relutantemente heróis. Os desgraçados ficam choramingando pelos cantos pelo fato de terem poderes. É por isso que eu vou dizer algo que eu nunca pensei que diria: a minha parte favorita até agora é a do moleque que fala com máquinas e sua priminha que copia tudo que vê. Eles são os autênticos Heroes da história. Além do mais, os poderes dos personagens são usados apenas quando conveniente. O Peter vai, no décimo episódio, numa casa de uma certa pessoa. Ele vai com o Adam, só que a tal pessoa diz que o Adam é um fdp e não dá a informação que o Peter quer. Se você pudesse ler mentes o que você faria? Arrancaria a informação da perua, certo? É o que ele faz. Agora um momentinho da sua atenção, atente para um problema. O Adam é realmente um fdp, só que ele ‘esconde’ isso do Peter. Como? Não faço a menor idéia, nem me passa pela cabeça como alguém esconde algum segredo de um cara que lê pensamentos. Mas a resposta deve ser do tipo: “ah ele faz isso pra dar certo a história”. Igualzinho eu fazia em química na escola.
Obrigado por Fumar

Reza a lenda que um dos pontos de virada da filosofia ocidental foi quando Sócrates começou a fazer oposição aos sofistas. Estes últimos eram uma classe de filósofos que se dedicavam a retórica pura e simples, concentravam-se em vencer uma discussão. Para Sócrates e seus pupilos posteriores (Platão seguido de Aristóteles), esse, entretanto, não era o ponto central da filosofia. A filosofia deveria se concentrar em desvelar a verdade, a argumentação era apenas uma das ferramentas que possibilitaria esse ofício.
Nick Taylor (Aaron Eckhart) é um sofista por natureza. Ele seria capaz de vender um casaco de pele a uma ativista do PETA, num jantar, devorando um assado de javali. Depois ele a convenceria a dar uma surra num saco cheio de gatinhos. Você entendeu. Ele é o cara ideal para a indústria de cigarros, portanto. Trabalha no que ele chama de ‘reinterpretação de Dados’, ou seja, um ponto de vista não tão ortodoxo sobre a indústria do fumo, a favor dessa própria indústria.
E se você achou que a aproximação de um porta-voz da indústria de cigarros com a distinção histórico-filosófica entre sofista e filósofos foi extremamente arbitrária, é só assistir Obrigado por Fumar que você entenderá. Nesse filme todo mundo é um sofista, e, perceba, até os sofistas acertam de vez em quando.
O diretor Jason Reitman, o novo queridinho da indústria pop-independente do cinema americano, demonstra em seu filme que a ênfase na articulação retórica está nos dois lados da questão. De um lado, o dark side por assim dizer, a indústria do tabaco apresenta uma retórica inabalável, calcada no ‘direito de escolha’ e ‘no livre pensamento’. E obviamente não escapa de erros também. Quando, por exemplo, Nick está com seus amigos da Liga da Morte (formada pelos representantes das indústrias de armas e bebidas, juntamente com Nick), seu colega da indústria bélica alega: “Quando alguém morre de acidente de avião, você culpa a Boeing?”. O que obviamente é um erro, o avião é um veículo para voar e quando cai isso é uma aberração dentro dos parâmetros sob os quais ele foi construído, um acidente. Já as armas quando matam estão pura e simplesmente executando aquilo para que foram desenhadas. A reinterpretação dos dados, ou distorções falaciosas são o Santo Graal para Nick, entretanto. Quando ele conversa com o filho diz: “Quando você argumenta não precisa estar certo”. O que, a bem da verdade, está correto. Uma argumentação pode ser coerente sem se aproximar da verdade. É isso precisamente que faz de Nick um sofista, o que ele faz é substituir a venda de cigarros por uma venda de argumentos coerentes, porém falsos.
Do outro lado o senador Otorlan Finistirre (William H. Macy, ótimo pra variar) inicia uma guerra contra o cigarro. E deste lado do front a situação em termos de argumentação não é muito melhor. O filme parece querer mostrar que quem se opõe, normalmente está tão acomodado em sua situação e considera suas ideologias tão naturais, que não precisa ter o trabalho de defendê-las. É por esse motivo que quando Nick pressiona seus opositores com suas falácias eles só conseguem exibir discursos lacunosos em tatibitate. Não estão preocupados em defender suas idéias porque passaram muito tempo contemplando-as como as mais corretas entre as idéias. O Senador Otorlan Finistirre é apenas um moralista disfarçado de libertador do povo, como mostra tão bem o final do filme. Sua estratégia é erigir leis tão óbvias que o povo estaria livre da tarefa tão penosa de pensar.
Usando a estratégia da relação pai-filho o diretor nos coloca na posição da criança. Assistimos Nick demonstrar todo o seu conhecimento da forma mais pedagógica possível, e ganhar a admiração do menino. E quase nos convencemos também que o cara é realmente um herói. Porque, afinal de contas, parece que naquela briga milenar os sofistas levaram a melhor, ninguém liga mais pra verdade, importa é quem conta a mentira mais bem contada.
Thank You For Smoking, 2005 - Dir. e roteiro: Jason Reitman - Com: Aaron Eckhart, Eric Haberman, Mary Jo Smith, William H. Macy, Cameron Bright, David Koechner, Kim Dickens, Robert Duvall, Katie Holmes.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
1408

Filmes do Stephen King, o que dizer sobre eles? Resumindo, acho tudo uma bosta, salvo quatro. O Iluminado (o original!), Conta Comigo, Carrie a Estranha, Um Sonho de Liberdade e A Espera de Um Milagre, nesta ordem. Estes estão salvos, já os outros...pfff.
1408 é interessante até o meio, o argumento do filme é cativante: um quarto maléfico que faz com que seus ocupantes cometam as maiores atrocidades contra si mesmos. Nada mais nada menos do que 56 pessoas morreram lá ao longo dos anos. Nada de fantasmas, espíritos, assassinos-seriais-que-tem-fetiches-por-máscaras, nada disso, só um quarto do cramunhão mesmo. Até aí tudo bem, mas lembre-se, é Stephen King, então, lá pelas tantas, vai ter umas paredes sangrando, algumas visões que deveriam ser perturbadoras mas não são e etc. As reviravoltas também são bem previsíveis.
E olha que eu geralmente adoro filmes que são todos confinados num único lugar (vide O Iluminado), isso normalmente força o roteirista e o diretor a extrair performances fantásticas. Normalmente, mas não é o caso aqui. O fato é que John Cusack é bonzinho, mas o máximo que ele consegue é dar uns gritinhos e fazer caras e bocas.

Resumindo: o filme dá um medinho no começo, existe uma cena onde John Cusack vê a si mesmo numa janela do outro lado da rua, isso é bem macabro. Mas o resto é bem lamentável.
Quase dei esse filme pro Dragon Skull resenhar, a sorte foi que ele assistiu Resident Evil 3 essa semana.
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Telecine aberto
Miami Vice. Achei esse filme maravilhoso, fotografia sem igual. A questão é que eu já tinha assistido antes, mas, como não tinha opção melhor e eu queria morrer na frente da TV, eu vi de novo. As cores das luzes de fundo, fosforescentes, resgatam um pouquinho da breguice dos anos 80, lindo, absolutamente lindo. Ninguém filma em digital como Michael Mann.
Em seu Lugar. O segredo pra assistir esse tipo de filme é manter as expectativas lá embaixo, assistir domingo a noite ajuda também (o horário mais deprimente de toda semana). Cumprindo esses requisitos eu até que achei 'bonitinho'.
O Golpe Perfeito. Fotografia em vídeo nojenta. Horrorosa mesmo. Dá impressão de ser aquele tipo de filme feito pra TV com 10 dólares de orçamento. É impressionante, no entanto, que o elenco do filme seja expressivo, contando com a participação de Dustin Hoffman, Paul Giamatti, Rachel Weisz e Andy Garcia, entre outros. Weird, o diretor deve ter feito algum tipo de bruxaria pra essa galera participar de um filme de baixo orçamento.
007 Cassino Royale. O 007 proletário, e eu gostei. Sem aquelas frescuradas aristocráticas o 007 é bem mais humano e emocionante. Ele até se apaixona verdadeiramente! A sequência de perseguição com Parkour é de tirar o fôlego. Mas eu já tinha visto...
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Mais animação Brasil!
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Sobre séries e suspense
Acredito que algumas séries estão dando uma refrescada nesse conceito. Pensei isso assistindo o episódio de semana passada de Prison Break. Me deixou grudado, eu estava deitado e me levantei de tensão, comecei a falar em voz alta "Vai Michael! Vai!". E isso porque eu sabia que tudo tinha uma grande chance de não dar certo. Poxa, já mataram a namorada do irmão dele na primeira temporada, mataram a namorada do Michael na terceira e estavam prestes a matar o sobrinho dele, ninguém está a salvo em Prison Break! E a sensação que isso passa é a melhor possível, você fica com as calças na mão assistindo os episódios, e, invariavalmente, o Michael se ferra.
Jack Bauer, o invencível, é outro que também falha as vezes. Só pra exemplificar a mulher dele morre no último minuto da primeira temporada, isso porque ele ficou as 24 horas inteiras tentando salvá-la. Ele também não conseguiu impedir a explosão de uma bomba nuclear.
Hollywood está precisando de umas aulinhas com o pessoal dos seriados.
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Primeira vítima

Primeira vítima confirmada: 24 Horas vai atrasar a estréia da nova temporada. Depois de ter passado um tempinho na cadeia era quase um milagre Jack Bauer voltar sem atrasos, mas agora sim, fez-se a desgraça. Ainda não tem data para a estréia do programa, os produtores esperam pra ver como a greve dos roteiristas vai progredir (nada bem, eu aposto). Já anunciaram que House também deve começar a reprisar alguns episódios, seguido das paralizações de Prison Break e Grey's Anatomy. E aí eu levanto as mãos para os céus e digo: 'Would you kill me God? Please?'. Nessas horas começo a acreditar naquela história de arrebatamento, acho que sobramos galera, vocês e eu, no inferno e sem seriados.
Após uma naba na seleção de mestrado, problemas financeiros e vários problemas com minha máquina de escrever digital (vulgo computador), eu só tinha os seriados (ah, esqueci de mencionar, não tenho onde ver filmes ultimamente porque estou sem acesso ao dvd que pegava emprestado com minha amiga sempre, e que estragou). Acho que é isso... vou sentar e chorar.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Greve! Greve!
Finalmente aconteceu, a greve de roteiristas tão anunciada finalmente chegou em Hollywood. Acontece que nos EUA qualquer pessoa pra trabalhar no mercado audiovisual tem que pertencer a um sindicato. Roteiristas inclusive, e, o contrato que os sindicatos dos roteiristas tinham com as empresas venceu. Hora de renegociar salários, certo? O problema é que as empresas, como estúdios e canais de TV, não podem sair pegando qualquer mané pra tapar buraco. Então quem escreve os roteiros das novas produções? Ninguém.
Você já deve estar adivinhando o que isso vai acarretar né? Atrasos nas produções que estavam no início, inclusive seriados. Ótimo, muito bom. Espero que eles fiquem mais ricos. A última notícia que eu vi foi essa. Perfeito! Per-fei-to, Lost pode ir ao ar somente em 2009. Dessa vez não vai ter jeito, eu, que já estava contando os dias para a estréia da nova temporada, vou ser obrigado a realizar um antigo sonho: entrar numa câmara de suspensão (aquelas criogênicas). Vou ficar congelado um ano inteirinho, tenho essa vontade sempre que uma temporada de Lost termina, e finalmente vou realizar. Igualzinho o Cartman fez pra acabar com a ansiedade da espera do lançamento do Nintendo Wii. O bom, é que provavelmente deve sair mais barato que meu aluguel.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
É só juntar um DeLorean e já dá pra viajar no tempo
Na minha opinião só vale a compra se for uma réplica mesmo, replicando inclusive as capacidades de viagem no tempo. Daí só bastava adicionar um DeLorean. O problema é que um DeLorean é um ingredientezinho difícil, porque, pelo que eu sei, a empresa não anda nem nunca andou bem das pernas. Nem um filme com a marca Spilberg/Zemecks conseguiu fazer o carrinho emplacar. Ele tem o design muito futurístico sabe. Nós ainda não estamos preparados pra ele, foi igual quando lançaram o Ford Ka.


Eu vou esperar, não tenho nem o box do De Volta para o Futuro ainda, shame on me, shame on me!
Dica by Omelete.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Trailer criativo
No trailer apresentado por eles não figura nem uma só cena do filme em questão. Vemos só pessoas comuns assistindo ao longa numa filmagem com câmeras de visão noturna e os sons do filme. E, olha, é intrigante viu. A história? Não faço a menor idéia, mas fiquei morrendo de curiosidade. Se for minimamente parecido com O Albergue eu nem chego perto, mas como eu vou saber se é parecido se o trailer não mostra as imagens não é mesmo? Espertos, muito espertos. Vou ser obrigado a conferir!
Dica by Nos bastidores da Notícia
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Cinderela a Baiana

Olha, já rodei meio mundo p2p atrás desse filme. Um ícone absoluto, um verdadeiro Santo Graal do cinema trash nacional. Vi apenas umas cenas numa aula de direção na Academia Internacional de Cinema, uma aula, diga-se de passagem, sobre como não se deve fazer. O professor gargalhava tanto que quase teve uma parada respiratória.
E o pior é que conheço uma pessoa que viu esse filme no cinema em um shopping aqui de BH. "E foi ao cinema?" o digníssimo gafanhoto poderia perguntar, foi, eu responderia. Também não acreditei quando soube, mas foi. Duvido muito que tenha ficado uma semana completa, mas que foi foi. O "diretor" da pérola é Conrado Sanches, ao que parece um grande diretor de filmes pornográficos. Tenho pra mim que até os filmes pornôs dele devem ser melhores que isso. O pior de tudo é que esse filme tem pelo menos um ator global: Lázaro Ramos. Isso mesmo, o madame Satã, o talentosíssimo ator do cinema, teatro e tv, está nessa joça. O que o sujeito tem que fazer pra se manter né...
"Curta" agora os clipes no youtube, se tiver estômago pra isso:
1. Nesse aqui, Carla Perez nos dá uma tocante lição sobre o que uma criança deveria estar fazendo, ao invés de trabalhar... ora bolas, rebolando em boquinhas de garrafas, certo?
Reparem na sacudidela na gaiola pra fazer o bendito passarinho sair.
2. Melhor cena de luta ever!
Edição im-pe-cá-vel! Deu pra entender direitinho o soco na cara do Alexandre Pires e quase não tem um delay entre as imagens e o som. E o que foi aquele golpe que o Tião Macalé deu na cabeça do agressor do namoradinho da Carla Perez?
3. Snif...uma gotinha acabou de rolar de meus olhos.
Que tocante, o cara ganhou um emprego do outro cara que dirige um fusca e conversa como se estivesse num jogral. O problema é que o coitado é louco, viram ele conversando com a rua vazia depois? O filme tem camadas de simbolismos gente, profundo, muito profundo.
4. A interpretação do ano.
Nossa, como trabalha bem essa Carla Perez, desse jeito vou começar a achar que ela fez escola em Malhação. E que brilhante recurso linguístico esse negócio de enfiar uns barulhinhos de um teclado Yamaha para aumentar a dramaticidade da cena, brilhante! Brilhante!
Quem gostou pode comprar a relíquia pelos Mercados Livres da vida, e, se alguém comprar favor me fazer uma cópia.
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Spin-off de Prison Break?
E agora a Fox anuncia que a série-mãe vai gerar um rebento. Uma versão feminina de Prison Break? Será que cola? Mais gente tendo planos mirabolantes pra fugir do Carandiru panamenho? Uma das graças de Prison Break é o personagem do Scofield, com aquele arzinho blasè cheio de planos geniais e mirabolantes. A moçoila do novo seriado não pode ser um poço de fragilidades ou eu acho que isso não funcionará. Mas já foi dito que a personagem seria uma rica dona-de-casa, e, peruas não são muito engenhosas!
Notícia by Omelete.
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Band of Brothers...snif, snif

Atrasado, como sempre, eu terminei de ver Band of Brothers. De início eu fiquei com o pé atrás. Tudo bem, eu não sou daquelas pessoas que diz: 'Bah, americanos, que se fodam'. Posso até já ter sido assim, mas hoje em dia não mais. Americanos são até legais, se você for pensar bem. Tá certo que eles são dados a um pouco de idiotice nas urnas, mas, cá entre nós, os brasileiros também são bem viciados em cretinices eleitorais.
O meu pé atrás era pelo fato de que filmes de guerra normalmente não me atraem tanto, a não ser por aspectos de direção de arte e fotografia. Normalmente eu acho uma idiotice filmes que tentam buscar muita honra numa coisa que é simplesmente uma carnificina. A Segunda Guerra não é tão diferente. Ok, Hitler era um maníaco. Mas se engana quem acha que foi por causa dele que os EUA foram à guerra. Afinal de contas, na década de 90 os EUA tiveram uma grande oportunidade de livrar uma nação africana de déspotas, quando os Hutus dizimaram cerca de 800.000 Tutsis em Ruanda. Onde é que eles estavam? Em casa, certo? Talvez se preparando para a Guerar do Golfo, pois lá tem um monte de coisas gosmentas que valem uma nota preta. Era esse, basicamente, meu medo. Um medo de ter vontade de gritar para os personagens do filme: "Vocês por acaso são idiotas? Ficam se achando o máximo por morrer pelo seu país, quando na verdade estão enterrados numa trincheira porque um monte de gente rica decidiu por isso?"
E nem venham me falar de campos de concentração e toda aquela crueldade, porque eles só descobrem sobre os campos quando a guerra está quase no fim.
Mas Band of Brothers me surpreendeu. A série mostra um grupo de paraquedistas que mergulha na Segunda Grande Guerra de cabeça, bem no dia D. Passam por dificuldades do caramba, após um treinamento árduo com o Ross, e ainda são obrigados a ver seus companheiros morrer.
A força da série está no fato de que os personagens representam pessoas comuns, que são sim enganados pela propaganda Ame-seu-país-morra-por-ele. Mas em nenhum momento os personagens parecem personificar a bandeira da liberdade ocidental. Querem matar alemães e voltar pra casa, apenas isso. Dick Winters, o soldado que termina Major, quer tão somente realizar um trabalho bem feito, nada mais que isso. E nessa união de objetivos eles se encotram na situação onde tem que se irmanar, confiar no companheiro ao lado, e, às vezes, vê-lo morrer.

Ironicamente, uma das cenas finais mostra não um general americano, mas sim um general alemão, falando aos seus soldados na paradisíaca Áustria. O que ele diz poderia ter sido dito por qualquer um dos lados, por qualquer general. A guerra é uma merda para os dois lados, por isso tanta amizade e companheirismo, porque francamente, sendo americano ou alemão, a única coisa que uma pessoa não quer é morrer sozinha com uma bala no crânio.
Fora isso a fotografia é magnífica. No último episódio, quando a Easy Company chega até a Áustria, tiva vontade de chorar. O lugar é tão magnífico que fui automaticamente transportado para lá. O andamento do episódio também foi perfeito para transmitir... paz. Com o final da guerra não haveria opção melhor. Entrentanto, quando estavam em batalha, a atmosfera da série mimetizava com perfeição a situação dos personagens. O episódio focado no médico, em Bastogne, foi o que mais me chamou atenção. A fotografia e a cenografia da floresta soterrada em neve é simplesmente deslumbrante.
Enfim, Band of Brothers foi uma grata surpresa. E no final, vendo todos aqueles velhinhos marcados permanentemente pela guerra, não pude deixar de pensar que, apesar de tudo, eles foram de fatos heróis.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Tropa de Elite 'bombando'
José Padilha e seus sócios vão rachar de ganhar dinheiro, e espero que esse dinheiro se reverta em outros filmes de sucesso de bilheteria. Só desejo que mais filmes brasileiros alcancem esse sucesso, mas outros formatos também podiam ser experimentados. Daqui a pouco essa coisa de filmes-de-violência-urbana vai começar a encher. Tipo os filmes passados no nordeste com referências à literatura de cordel, no padrão Guel Arraes de qualidade. Já eram. Sei lá gente, se movimenta! Faz alguma coisa de diferente!
Quanto ao Tropa de Elite, não gostei quando vi a primeira vez (pirata, admito). Mas vou esperar as salas esvaziarem um pouco e rever, parece que o filme está bem melhor acabado. Mas só digo uma coisa: os produtores deveriam estar dando pulos de alegria porque a pirataria existe.
Por fim, pra comemorar o dia das crianças, atrasado, deixo uma sugestão de presente: o boneco do capitão Nascimento, criado pelo Silveira, do Eu Podia Tá Matando.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Scofield e Jack Bauer
E enquanto Scofield sai, Jack Bauer entra. O ator Kiefer Sutherland admitiu a culpa essa semana, por ter sido pego dirigindo bêbado. Parece que Jack Bauer vai passar umas férias na cadeia, e, aparentemente, ela está cheia de celebridades com péssimos hábitos de dirigir embriagadas. Lá esse negócio é sério...
terça-feira, 9 de outubro de 2007
O Rambo da Turquia
Continuando a série de posts iniciada com Segredos do Porão, apresento mais uma pérola, dessa vez, vinda da Turquia.
Por que criar um filme de ação diferente, se os cães ocidentais sabem fazer isso tão bem? Parece que é o pensamento do diretor do filme do Rambo Turco, aproveitando-se da história da série americana Rambo. E se o filme original já não era lá essas coisas, imagine a cópia deslavada dos turcos. Assista:
Eles achavam mesmo que era só alternar cenas do cara dando socos no ar e cenas da porta sendo destruída, que ia dar pra entender que era ele destruindo? Não sacaram que as pessoas iriam rir até se mijar de reféns presos por ripas de madeira?
A propagada mesquinhez dos turcos também se faz notar, afinal, poucos filmes reutilizam tantas cenas assim. O Rambo dá uma roladinha pra direita, depois, ôpa!, é só inverter na edição que fica parecendo que ele rolou pro outro lado. Um cena completamente diferente!
Alguns personagens morrem mais de uma vez também, sem a menor necessidade de sangue. E de onde surgem tantos mísseis para aquela arma dele? Sem contar os que ele encontra pelo caminho. Outra coisa interessante sobre a arma, é que fica claro que os mísseis são puxados por uma cordinha, a trajetória errática deles confirma. As explosões eu garanto que eram feitas com álcool! Pipocam chamas imensas que desaparecem logo em seguida, eu conheço isso porque já fiz muitas dessas quando criança.
A parte mais hilária pra mim é quando o Rambo está descendo um barranco (que glamour!), e quase não consegue manter o equilíbrio! Eu tive quase uma crise de riso, torci para aquela jamanta musculosa tomar um tombaço, porque é quase certo que ninguém ia interromper a filmagem e fazer outro take.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Duvido que não gostem disso
Mas duvido que as pessoas não babem com isso:
Eu confesso que não percebi que essas cenas eram digitais no cinema. E isso, precisamente, é o que faz uma sequência de efeitos especiais espetacular. As cenas são perfeitas, você acha que foram realmente externas, e é muito difícil um filme conseguir enganar o público, transformando uma interna em externa.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Bem vindo ao inferno!
A história gira em torno de um casal que vai tirar férias em algum muquifo que eles constantemente chamam de 'mausoléu'. Mas, francamente, i don't give a crap. Ninguém vai ver isso por causa da história vai? Quem se aventurar no cinema (se sair em cinema) vai por causa do sentido ultimate tosco do filme.
Além disso, centrar a história em torno de uma casa, e mais especificamente em torno de um porão, é só desculpa para diminuir o orçamento do filme. Mas não que isso seja errado, aliás, eu adoro isso. Quando um diretor tem pouca grana e tem que resumir a história num único cenário com poucos personagens, a criatividade costuma aflorar. Com Primer foi assim (custou 7 mil dólares) e com Cães de Aluguel também (ele é quase todo passado dentro de um galpão).
Mas reparem no trailer da pérola, logo abaixo. Notem que ele não se assemelha em nada com as obras-primas supra citadas. A fotografia esverdeada de Primer, é fruto de iluminação com lâmpadas fluorescentes, sinal de baixo orçamento. Mas mesmo assim, o efeito final é maravilhoso. Dá só uma olhada no trailer, que eu linkei ali em cima, e confira. A estética do filme é excepcional. E tudo feito com 7 mil doletas e vários amigos. Já no caso de Segredos do Porão o resultado é lastimável. Ok, o filme ainda não foi finalizado, mas mas tem patrocínio da Globo Filmes! Além do mais, que espécie de nome é esse: Segredos do Porão? Dava pra arrumar um título melhorzinho, convenhamos.
Mas, anyway, torço pelo cara, também não precisa ficar chutando defunto né? Fique com o trailer, ou, como diz o site, treiler:
P.S. - O quê foi isso no final? A mulher se assuta com o próprio cocô?
House 04x02

Vou tentar me controlar. Mas é quase certo que eu não consiga, afinal, o que dizer de um episódio de House com referência a 2001 UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO? Quase tive um orgasmo assistindo uma de minhas séries preferidas citando meu filme preferido. Mas isso não vem ao caso.
O episódio mostrou-se interessante, apesar de quê, eu teria achado mais legal se eles tivessem explorado mais a doença da moça, que escutava pelos olhos. Mas para além disso, os conflitos de House com 30 candidatos às suas 3 vagas de departamento foram bacana. Espero que ele não fique com a bitch dedo-duro. Cameron loira ficou interessante também, mas eu espero que os antigos pupilos de House passem a ocupar um lugar na série que gere mais conflitos diretos com House, quem sabe um departamento de diagnóstico paralelo e concorrente.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Filmes da infância - Tog Gun

Pretendo começar uma coluna nova, Filmes de Infância. Aqueles filminhos que não se destacam tanto pela qualidade mas pelo fato de ficarem grudados na sua cabeça por anos. Acho que não fui uma criança que viu muitos desses clássicos, como aquelas pessoas inteligentíssimas. "Nossa, quando eu tinha 9 anos meu filme preferido era Cenas de um Casamento, do Bergman", esse, definitivamente, não era eu. Está certo que depois que fui crescendo fui me interessando por outros tipos de filme e procurava conhecer filmes de países diferentes sempre que via um na prateleira da locadora. É natural também, que seu gosto vá se modificando quando você ousa conhecer coisas novas. Mas nada disso interessa aqui. Nesse espaço pretendo falar um pouco sobre os filmes que mais marcaram minha infância, por isso, preparem-se, lá vem uma saraivada de filmes anos 80.
E o primeiro deles é...Top Gun!
"Mas Daniell, quer dizer que um de seus filmes preferidos é Top Gun? Um filme que várias pessoas alegam ser um dos filmes mais gays da história?". Não, Top Gun não é um filme que eu considero especial ou preferido. Eu nem assisto mais, em reprises na TV, porque acho chato pra cacete. Mas quando eu era criança adorava! Aqueles aviões em perseguiçoes pelo ar era tudo de divertido.
Houve um tempo em que Top Gun passava todos os dias na Sessão da Tarde, sério! E eu via todos os dias, empolgadíssimo. Logo depois eu seguia um ritual, que acontecia com outros filmes também. Eu adorava brincar fingindo quer era personagem dos filmes que assistia, funcionava com histórias em quadrinho também.
Havia um pequeno espaço entre minha cama e a parede, eu me espremia nele, agarrava meu joystick de Atari e fingia estar pilotando um caça por horas. O único problema era a falta de um substituto à altura para o capacete com aquele 'negócio' de respirar. Se viesse com meu nome escrito em cima também, eu não reclamaria. Quem imaginaria que o menino que brincava de pilotar caças desenvolveria um terror de aviões anos depois, hein?
A única coisa ruim era a música. Aquilo era irritante até na época, uma era dominada por música detestável. Mesmo criança eu não conseguia escutar, e olha que eu estava habituado a ouvir muitos temas de filmes nas saudosas fitas cassetes. Mas o tema de Top Gun era motivo mais que suficiente para apertar o dedo no botão de ff do meu walkman.
Boas lembranças: sessão da tarde e o chão gelado na bunda, fingindo por horas ser o destemido Maverick, usando meu joystick de Atari. Uma cena memorável: a morte do Goose, tadinho. (É nessa cena que eles estão no mar e tem uma tintura esverdeada na água?)
Mas hoje em dia eu fico com a outra versão mesmo, é mais engraçada e não tem uma música tão grudenta e insuportável, mas que na época valeu, isso valeu.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Quero ser Stanley Kubrick

Agora é só esperar pelo filme sobre Hitchcock.
Prison Break (03x03)

Olha, Prison Break está começando a me encher. Talvez tenha sido só esse episódio, não sei, talvez seja meu humor hoje. Assistirei mais, sem dúvidas, mas mesmo assim algumas coisas eu tenho que notar. O roteiro é escrito de uma certa maneira: para cada palavra em segredo dita no seriado existem 300 testemunhas ocultas. Para cada ação que Scolfield arma, 90 pessoas tentam um contra-ataque. Os roteiristas criam uma rede enorme de envolvidos em casa milímetro que a história anda. É um saco! Desse jeito fica fácil, se eles precisarem enfiar um impedimento, um toque de suspense, é só escolher num fichário os 50 nomes das pessoas que ouviram Michael planejando algo, as 300 pessoas que podem seguir Burrows, ou, as 20 pessoas que Michael pode chantagear para conseguir algo.
Em última análise, Sona apenas replica Fox River. Nesse último episódio acompanhamos a 'terrível' necessidade de Michael em dar um telefonema para Sara. A propósito, o fato de Sara não aparecer ficou bastante ridículo também. Ou alguém não teve a sensação de: "ops, demitiram uma atriz aqui!"? A pseudo-Sara de costas foi um recurso detestável. Minha esperança está em Burrows, para que essa série engrene numa onda de ação novamente....
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
House de volta!

A Fall Season trouxe de volta o médico mais rabugento e amado, na semana passada. House retorna na sua quarta temporada e com novidades. Após as demissões em massa que sacrificaram toda sua equipe no final da terceira temporada, House tem uma equipe nova. Quem? Que tal o Dr. Enceradeira? Isso mesmo, no primeiro episódio o médico auxiliar de House é o faxineiro do hospital. Ele, pra variar, é contra alguma coisa. O Dr. Wilson e a Dra. Cuddy querem que ele contrate uma nova equipe, mas ceder não é exatamente uma das características desse médico. Wilson sequestra a guitarra de House e faz hilárias ameaças a 'vida' dela, caso ele não inicie as entrevistas de seleção.
A grande questão é quando os antigos membros de sua equipe voltarão, já que seus nomes ainda constam nos créditos e suas imagens andando ao lado de House, também. E eu gostava da Cameron e do Foreman. O Chase não, acho que ele não acrescenta muita coisa na série.
Assisti a terceira temporada numa maratona insana, onde muitas vezes vi quatro episódios seguidos. E o fato é que estou tão viciado por esse seriado quanto o House está por Vicodin (a propósito, eu quero provar esse remédio). A dor de cabeça, após assistir muitos episódios seguidos, só era pior do que constatar que não tinha ninguém de branco ao meu lado, para que eu vociferasse o pedido de uma ressonância magnética em mim mesmo. Compilei, então, uma lista que mede o grau de vício em House. Em parte tirada de comunidades no Orkut, em parte escrita por mim:
Você sabe que está viciado em House quando:
1.Adquire uma misteriosa obssessão por quadros brancos e pincéis atômicos.
2. Quando alguém diz que está com dor de cabeça você logo pensa que seria uma boa idéa fazer uma ressonância magnética.
3. É só chutar uma pedra para ter o ímpeto de levar a mão ao bolso e tirar um comprimido de Vicodin.
4. Se a dor do chute na pedra não passar rápido você pensa: "É, quem sabe não é uma boa idéia usar uma bengala".
5. Pessoas alegres e positivas realmente começam a te encher o saco.
6. Não importa qual assunto, pode ser a fome mundial, pra tudo existe um sarcasmo ácido.
7. Ninguém te dá uma receita de Vicodin, você começa a comer Tic-Tac compulsivalmente então.
8. Quando você acerta, e é sempre, não basta estar certo, você humilha quem errou.
9. Seu carro dá problema e você grita pra alguém do seu lado fazer um exame de Sarcoidose.
10. Seu anti-vírus faz exame para encontrar Lúpus em seus softwares.
11. Você passou a odiar Grey's Anatomy.
12. Ninguém consegue mais comer um sanduíche inteiro do seu lado.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Apertem os cintos, Sr. Miyagi pode voltar!
Dica do Omelete.

Deu o Ano!
É, o Ang Lee já tem bastante Oscars. E o que me intriga é eles darem prêmios para melhor diretor num ano, e, no mesmo ano, premiar outro filme como melhor filme. WTF? Como assim? 'Você fez um bom trabalho como diretor, mas o outro filme foi melhor'. Não deveria ser o diretor do outro filme o premiado então? Um filme pode ter uma luz e fotografia bacana e não ser bom. Pode ter um roteiro maravilhoso, e, mesmo assim, ser insuportável de assistir. Inumeráveis variáveis podem interferir preservando a qualidade de uma ou outra característica. Mas é impossível que o diretor seja o melhor e seu filme não acompanhe esse resultado. De qualquer maneira o Ang Lee ganhou outro prêmio esse ano (será que ele não se cansa?). Levou o Leão de Ouro no Festival de Veneza por um filme onde, novamente, todo mundo transa com todo mundo (calma homófobos, dessa vez parece que se trata de um casal hétero).
Mas sei lá, vai que dá né (não me canso desses duplos sentidos). Achei O Ano bonitinho. E tem fundo histórico, coisa que a academia adora, protagonistas crianças também. Espero que dê certo, pelo menos eu vou poder dizer: já apertei a mão de um ganhador do Oscar! (morram de inveja!)

quarta-feira, 26 de setembro de 2007
90 Minutos Preciosos e Perdidos I - Cama de Gato
O primeiro filme analisado é uma pérola do cinema nacional. Pouquíssima gente assistiu essa joça, graças a Alá. Chamado Cama de Gato, me lembrou na hora do programa infantil que passava na Manchete, lá no paleolítico.
Todo mundo hoje em dia adora fazer filmes sobre adolescentes e sua rebeldia incondicional+ violência + amoralidade + etc + talk-to-the-hand. Não que esses filmes sejam ruins, muito pelo contrário, vide Elefante e Ken Park. Mas francamente, Cama de Gato é o fim da picada! Pra encurtar a história, o filme foi rodado nos moldes do Dogma 95, e eu só queria perguntar ao diretor: Você por acaso já assistiu Italiano Para Principiantes meu filho? As pessoas realmente acham que só porque o filme é Dogma 95 a fotografia tem que parecer com a filmagem do meu celular? Italiano para Principiantes tem uma fotografia maravilhosa, mesmo sem usar recursos de iluminação, lentes especiais e o diabo a quatro, como reza o cânom do Dogma 95. Em Cama de Gato, numa cena ridícula num lixão, o céu atrás dos personagens muda a todo instante. Tsc, tsc, que porqueira hein? Fica claro que filmaram por volta das 5 da manhã, quando o dia já está nascendo, só que ninguém quis repetir cenas não é? 'Pra quê? Num vamos repetir amanhã não! Tá todo mundo cansado, vamos terminar essa merda logo!" Lógico! Sendo assim, é bem interessante ver num plano o céu escurinho no fundo, e no seguinte os primeiros raios de sol, depois em outro, opa, escurinho de novo, e depois, raio de sol. E assim vai.
Sem contar a história né. Francamente. Tá, vou dar um resumo. Três amigos, classe média paulistana, completos idiotas. Estupram uma colega e 'acidentalmente' matam a pobre. No caminho quixotesco de ocultar o corpo acabam matando a mãe de mentirinha do Caio Blat também. Tem problema não, não precisa ficar com dó, depois de uns 5 minutos eles esquecem completamente disso e conversam animadamente sobre outras coisas. A melhor parte, inclusive, é quando os três gênios resolvem desovar os corpos no lixão da cidade e conversam no caminho sobre as imposturas da igreja católica. Com direito a discurso e tudo. Nem parece que são três adolescentes escondendo dois corpos que eles acabaram de matar né?
Calma, ainda fica melhor. Quando estão prestes a se livrar dos dois corpos um intruso aparece. Um minuto de sua atenção. Segundo relatos, o diretor Alexandre Stockler 'pesquisou' as ações que os personagens do filme deveriam tomar, perguntando a jovens na 'balada' e analisando suas respostas (acho que vou tomar um banho depois de escrever essa frase, pra me sentir puro novamente). Agora voltando para o filme: você está desovando o corpo de uma garota que você estuprou e matou, e o corpo da sua mãe, um intruso aparece na escuridão do lixão, o quê você faz? Logicamente que mata o intruso. Cama de gato, sacou? Sacou? Os personagens vão se enrolando, sacou? Sacou?

Isso só serve pra provar que, se essa solução foi elaborada por jovens reais, o filme é um retrato fiel da juventude brasileira. Tanto os jovens ficcionais quantos os reais são imbecis completos!
Além de tudo tem bastante cena de sexo pra chocar, violência, e, claro, temas socias! Os tão queridos temas socias, figurinhas cativas no cinema nacional, e que tem a irritante mania de aparecer dessa forma mesmo, como temas. Sempre na forma de discurso e nunca na forma de ação. Porque, afinal de contas, as pessoas vão ao cinema para ver outras pessoas falarem durante 90 minutos, certo? Nada como pagar 10 reais para assistir uma palestra. A propósito, existe uma caracterização para filmes assim nos EUA, são chamados talking heads, ou, cabeças falantes. O típico filme onde os personagens só falam, falam, falam, e acima de tudo, não deixam nada para você ver, eles explicam tim-tim por tim-tim tudo o que está acontecendo no filme e dentro deles mesmos.
E Cama de Gato, em sua cena final (que vou contar agora mesmo, já que o filme é uma merda total e não quero que ninguém veja, portanto, não considero isso spoiler) mostra exatamente isso: os três personagens principais conversando com Deus ou sei lá o quê, com cabeças flutuantes, sendo eximidos de toda a culpa da história. Sendo mimados. Um final perfeito para uma pérola do cinema nacional. Abaixo, um trecho do filme com uma das músicas usadas na trilha, igualmente horrível por sinal.
Mutum virou filme pai!!
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Eles voltaram!

A novidade é que a nova temporada estreiou ontem na TV americana, e trouxe um episódio maiorzinho, parodiando integralmente Star Wars. Olha pro pôster ali em cima e me diz se não dá vontade de imprimir e colocar na parede? Vi essa notícia no Omelete e já fiquei insande(s)cido querendo baixar o episódio. No Omelete, inclusive, tem os links pra ver o episódio picado no youtube, mas se eu fosse você nem corria, porque a uma altura dessas ele já deve ter sido retirado.
A família número 1 das séries animadas voltou também. Simpsons de volta na 19ª temporada. A novidade deles é a nova abertura, lotada de referências ao filme. Muito bacana, confiram.
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Meu tipo de religião
Vi isso em algum blog...mas não estou lembrando qual, acho que foi Sedentário & Hiperativo, depois eu olho e ponho o link com os créditos devidos.
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Michel Gondry e os comerciais
Enquanto espero pra ver 'Science of Sleep', novo filme do diretor-cult-sensação-do-momento, Michel Gondry, vou me contentando com os comerciais que ele anda fazendo. Desde que estourou, depois de 'Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças' (puta filme bom!), os comerciais que ele fez vem fazendo grande sucesso no yotube. Mas a verdade é que ele começou como um diretor de clipes, muitos deles conhecidos e premiados. Ele também já fez sucesso resolvendo um rubik's cube com os pés, e também com o nariz. Esse comercial da motorola é simplesmente alucinante de legal:
Dica do Brainstorm #9.
Esse outro também é muito bom, comercial da Levi´s:
É claro que o filé, a cereja do bolo, vai demorar mais para estreiar. O próximo filme do diretor frâncês após 'Science of Sleep' é estrelado por ninguém menos do que...rufem os tambores...Jack Black! O nome da criança é 'Be kind, Rewind', e narra a história de um homem (Black), que fica magnetizado(?) e apaga todas as fitas de vídeo da locadora de um amigo. Para não perder a clientela eles resolvem refilmar todos os títulos. Essa promete ser uma das melhores comédias dos últimos tempos, com releituras ultimate toscas dos maiores clássicos do cinema até os blockbusters mais conhecidos. A previsão de estréia por aqui é para 31 de Dezembro.