
Atrasado, como sempre, eu terminei de ver Band of Brothers. De início eu fiquei com o pé atrás. Tudo bem, eu não sou daquelas pessoas que diz: 'Bah, americanos, que se fodam'. Posso até já ter sido assim, mas hoje em dia não mais. Americanos são até legais, se você for pensar bem. Tá certo que eles são dados a um pouco de idiotice nas urnas, mas, cá entre nós, os brasileiros também são bem viciados em cretinices eleitorais.
O meu pé atrás era pelo fato de que filmes de guerra normalmente não me atraem tanto, a não ser por aspectos de direção de arte e fotografia. Normalmente eu acho uma idiotice filmes que tentam buscar muita honra numa coisa que é simplesmente uma carnificina. A Segunda Guerra não é tão diferente. Ok, Hitler era um maníaco. Mas se engana quem acha que foi por causa dele que os EUA foram à guerra. Afinal de contas, na década de 90 os EUA tiveram uma grande oportunidade de livrar uma nação africana de déspotas, quando os Hutus dizimaram cerca de 800.000 Tutsis em Ruanda. Onde é que eles estavam? Em casa, certo? Talvez se preparando para a Guerar do Golfo, pois lá tem um monte de coisas gosmentas que valem uma nota preta. Era esse, basicamente, meu medo. Um medo de ter vontade de gritar para os personagens do filme: "Vocês por acaso são idiotas? Ficam se achando o máximo por morrer pelo seu país, quando na verdade estão enterrados numa trincheira porque um monte de gente rica decidiu por isso?"
E nem venham me falar de campos de concentração e toda aquela crueldade, porque eles só descobrem sobre os campos quando a guerra está quase no fim.
Mas Band of Brothers me surpreendeu. A série mostra um grupo de paraquedistas que mergulha na Segunda Grande Guerra de cabeça, bem no dia D. Passam por dificuldades do caramba, após um treinamento árduo com o Ross, e ainda são obrigados a ver seus companheiros morrer.
A força da série está no fato de que os personagens representam pessoas comuns, que são sim enganados pela propaganda Ame-seu-país-morra-por-ele. Mas em nenhum momento os personagens parecem personificar a bandeira da liberdade ocidental. Querem matar alemães e voltar pra casa, apenas isso. Dick Winters, o soldado que termina Major, quer tão somente realizar um trabalho bem feito, nada mais que isso. E nessa união de objetivos eles se encotram na situação onde tem que se irmanar, confiar no companheiro ao lado, e, às vezes, vê-lo morrer.

Ironicamente, uma das cenas finais mostra não um general americano, mas sim um general alemão, falando aos seus soldados na paradisíaca Áustria. O que ele diz poderia ter sido dito por qualquer um dos lados, por qualquer general. A guerra é uma merda para os dois lados, por isso tanta amizade e companheirismo, porque francamente, sendo americano ou alemão, a única coisa que uma pessoa não quer é morrer sozinha com uma bala no crânio.
Fora isso a fotografia é magnífica. No último episódio, quando a Easy Company chega até a Áustria, tiva vontade de chorar. O lugar é tão magnífico que fui automaticamente transportado para lá. O andamento do episódio também foi perfeito para transmitir... paz. Com o final da guerra não haveria opção melhor. Entrentanto, quando estavam em batalha, a atmosfera da série mimetizava com perfeição a situação dos personagens. O episódio focado no médico, em Bastogne, foi o que mais me chamou atenção. A fotografia e a cenografia da floresta soterrada em neve é simplesmente deslumbrante.
Enfim, Band of Brothers foi uma grata surpresa. E no final, vendo todos aqueles velhinhos marcados permanentemente pela guerra, não pude deixar de pensar que, apesar de tudo, eles foram de fatos heróis.

Um comentário:
Hummm... eu tb nao sou chegada a filmes de guerras, apesar de vê-los. Eles me fazem mal. Os humanos são idiotas. rs
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