Inexplicavelmente tenho lembrado muito desse filme ultimamente. Só o assisti uma vez quando era bem novo, em vídeo. Mas existe uma cena nele que nunca fui capaz de esquecer, é a cena triunfante do filme. Sabe quando as pessoas perguntam suas cenas favoritas dos filmes, coisas assim? Essa aparece naturalmente na minha mente, sem esforço algum. Gostaria muito de dizer que passagens em Cidadão Kane ou Persona, do Bergman, fossem minhas cenas preferidas. Mas não são. Essa é. Eu acho muito interessante que um filme marque uma pessoa assim, é óbvio que é uma cena grandiosa, feita para atingir esse objetivo, mas mesmo assim, existem muitas dessas no cinema, e essa me marca particularmente. E olha que eu era bem novo, devia ter uns 14, no máximo, quando assisti esse filme.
A cena em questão é quando Beethoven ouve, pela primeira vez, um concerto com a nona sinfonia. Em montagem paralela, vemos cenas de sua infância, com seu pai abusivo. Cansado de tanto apanhar, o jovem Beethoven foge pela janela e corre por uma floresta tomada pelas trevas da noite. Entra num lago que espelha o céu acima dele. A câmera sobe e nos dá a impressão que o menino está subindo aos céus, enquanto ouvimos a magnífica nona sinfonia de Beethoven. Beethoven nada no cosmos. Nunca um menino esteve tão só e tão próximo do infinito. Isso sim é cinema.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
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