terça-feira, 13 de novembro de 2007

Sobre séries e suspense

Uma coisa que sempre é dita em livros sobre roteiros, é a respeito do suspense, especialmente o thriller: o público tem que duvidar, por um minutinho que seja, que o herói não conseguirá concluir seus planos. E isso é muito difícil hoje em dia, qual foi o último filme que você viu e que realmente ficou em dúvida que o herói iria sair de uma enrascada daquelas? A gente quase sempre, especialmente em filmes, sabe que no final das contas tudo vai dar certo, o cara vai se safar, o vilão se ferrar e a mocinha fica com o mocinho. Nada contra isso, o problema é que quando você tem certeza que isso vai acontecer a coisa toda fica um pouco enfadonha.

Acredito que algumas séries estão dando uma refrescada nesse conceito. Pensei isso assistindo o episódio de semana passada de Prison Break. Me deixou grudado, eu estava deitado e me levantei de tensão, comecei a falar em voz alta "Vai Michael! Vai!". E isso porque eu sabia que tudo tinha uma grande chance de não dar certo. Poxa, já mataram a namorada do irmão dele na primeira temporada, mataram a namorada do Michael na terceira e estavam prestes a matar o sobrinho dele, ninguém está a salvo em Prison Break! E a sensação que isso passa é a melhor possível, você fica com as calças na mão assistindo os episódios, e, invariavalmente, o Michael se ferra.

"Não perca a cabeça, eu vou conseguir!"

Jack Bauer, o invencível, é outro que também falha as vezes. Só pra exemplificar a mulher dele morre no último minuto da primeira temporada, isso porque ele ficou as 24 horas inteiras tentando salvá-la. Ele também não conseguiu impedir a explosão de uma bomba nuclear.

Hollywood está precisando de umas aulinhas com o pessoal dos seriados.

"Agora é só pegar meu carro e dirigir! To prontinho!"

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