
Juno é o Pequena Miss Sunshine do ano, sabe?, aquele filme com cara de indie que todo mundo diz ‘Ooh, how cute!’. E é muito bonitinho mesmo. Narra a história de Juno, uma adolescente de 16 anos que se descobre grávida após uma única transa com seu namorado nerd. Após a decisão de manter a gravidez ela inicia um périplo para achar pais adotivos para o futuro pimpolho.
A maior força do filme está no roteiro e nas interpretações, é o que dá todo o ‘cuti-cuti’ do longa. Tudo é muito deslocado, o pai da criança, também um adolescente, vive num quarto infantil onde a cama tem forma de carro. Juno, na excelente interpretação indicada ao Oscar de Ellen Page, é também deslocada. Fala em momentos inconvenientes, solta piadas a todo momento e age seguindo uma maturidade que sabemos não ser autêntica. Até a comicidade do filme é deslocada, criando um clima estranho de não saber exatamente de quais piadas devemos rir, ou se a situação é assim mesmo tão engraçada. O roteiro consegue transpor um pouco do deslocamento adolescente para o público.
Outra coisa que o roteiro não admite é representar seus personagens de maneira ‘cinematográfica’ ou ‘literária’ demais. Dessa forma, quando os adolescentes conversam eles o fazem como adolescentes de verdade, quando o pai de Juno dá conselhos a filha não espere nada que venha do oráculo de Delfos ou frases de Marcel Proust, ‘Procure alguém que goste de você como você é’, e mais nada. Tudo soa muito natural, a música que Juno canta com Bleek no final do filme aparenta uma breguice e romantismo adolescente, e é tudo isso mesmo.
A vantagem é que Jason Reitman não acha que precisa dar grandes densidades filosóficas para seus personagens para que a história funcione. Juno é assim, como várias outras garotas, e todas essas outras garotas dariam excelentes histórias.
5 comentários:
Hummmmm, me deu vontade de ver. Vc já viu Teorema? De Pasolini?
Não... acho que só vi um filme do Pasolini até hoje.
Ellen Page é uma menina muito talentosa, gosto dela desde Menina Má.com; mas só conhecia Michael Cera de Superbad. Não vi, vou esperar dia 22 de fev, vai estrear aqui nesta data, posto que não teve pré-estréia. Mas as críticas a respeito de "Juno" são unânimes, a sua então, está me dando muita garantia, hehehe. Adoro esta temáticas que geram discussão, mas o melhor de tudo é que Diablo Cody, o roteirista, não perdeu tempo dando sermãozinho careta e criou um jeito divertido de abrir os olhos dos adolescentes para os cuidados com gravidez indesejada.
Ah, filme "cuti-cuti" foi a melhor denominação que já vi a respeito de Juno, hahaha.
Abraços!
Weiner: Foi o primeiro filme em que conheci ambos os atores. Adorei a Ellen Page também! O Superbad infelizmente perdi no cinema, vou ter que esperar em DVD!
Todo dia eu acordo e digo: Hoje eu vou ver Juno. Faz uma semana.
Mas hoje eu vou ver mesmo.
Abraço aí!!!
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