
Numa visita a Espanha, o presidente dos EUA (William Hurt), é baleado, e logo em seguida uma bomba explode. Contando com a experiência de várias das pessoas ali presentes o filme narrará esse mesmo pedaço da história várias vezes, sob diversas perspectivas. Seguindo de forma mais central Thomas Barnes (Dennis Quaid), um guarda-costas do presidente que já havia tomado um tiro por ele antes.
A principal fraqueza de Ponto de Vista é justamente o que mais deveria ter sido seu ponto forte. Quando o filme se detém sobre cada uma das personagens, para abordar a parcela de acontecimentos vistos por eles, esperamos que os eventos sejam mostrados integralmente. Queremos montar a história nas nossas mentes como um quebra-cabeça. Mas o diretor Pete Travis resolveu omitir pedaços cruciais da narrativa com a intenção desonesta de manter o suspense andando. Sendo assim, não é uma função do roteiro e da narrativa criar um mistério, mas o simples fato de que o diretor grita ‘corta’ em cenas cruciais. Ou seja, nem o ‘ponto de vista’, que era teoricamente o centro do filme, é uma questão relevante. É mais um exercício estilístico sem rigor ou sentido.
O filme, no entanto, consegue ser empolgante em algumas seqüências. As perseguições são muito bem decupadas e, embora a edição seja frenética demais, não é difícil de acompanhar essas cenas. Não chega aos pés de um Jason Bourne, mas é eficiente.
Um outro pecado fica por conta das gordurinhas em sobra da trama. Qual o papel do cinegrafista por exemplo? É uma personagem que teoricamente tem um papel fundamental em certo momento da história, mas que nunca ficamos sabendo qual é. Qual o sentido da primeira seqüência do filme? A produtora jornalística vivida por Sigourney Weaver aparece em cenas de intensa carga dramática mas que não tem compensação na progressão do filme. De início pensei que a personagem de Sigourney estava ali para nos dar o passado de Thomas Barnes, mas esse passado é reiterado umas três vezes durante a projeção, fazendo com que a pesquisa da jornalista seja em vão para o espectador compreender a personagem de Quaid.
Se Ponto de Vista fosse um pouquinho mais divertido e magro, seria a diversão perfeita para o final de semana.
5 comentários:
Gostei. É diverimento. Puro cinema pipoqueiro. Mas percebi os mesmos erros que você. Na verdade, achei a conclusão feliz demais, sem contar algumas subtramas tolas, como a da menina, dei gargalhadas em muitas cenas dela. Até o elenco não envolve muito. Mas eu me diverti bastante. Achei a montagem ótima e a idéia me instigou. Fiquei envolvido e tenso nas cenas de ação. Ou seja, de certa forma, cumpriu sua promessa.
3 estrelas. (também)
E respondendo o post abaixo, realmente é uma pergunta pertubadora. Não culpo os cineastas, acho que eles tem sua linguagem própria e não precisam se adequar ao de outras pessoas. É tarefa nossa decifrar. Pena que as pessoas não param para pensar ou refletir. Elas vêem os filmes apenas para diversão. Nada mais. Tanto que grande parte da população acha que Tropa de Elite é um filme de ação e Nascimento é um herói. Fazer o que...
Ciao!
"Vi um filme horrível com o Jack." Comentário de um amigo meu. Até bateu um ânimo com as propagandas, mas passou.
Quando eu for ao cinema ver Ponto de Vista, se é que o verei na tela grande, vou preparado depois de ler sua crítica.
Ya!
O filme entretém e cumpre seu papel. Eu fiquei incomodada com alguns dos cortes nas histórias de cada personagem, mas entendo que o diretor queria construir um "momento", um suspense até o final. Achei as cenas de ação muito boas, especialmente aquela perseguição de carros.
Daniell, este filme foi total descontração, sem pretensões ou mensagens. Apenas um filme declaradamente feito para ganhar seus dólares, e que nós, mentalmente exaustos de dramas, procuramos uma vez por semana nos cinemas, com intuito de um relaxamento total.
Abraço!
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