
Jogos do Poder é a crônica de como os Estados Unidos cavaram a própria sepultura com o Oriente médio e Afeganistão. Além de um olhar um tanto quanto cínico sobre a própria guerra, como não poderia deixar de ser. Apesar de lançar um olhar crítico para os dois lados da cortina de ferro, fica bastante claro que a crítica ao comunismo é mais pesada. Na verdade a crítica é mais dirigida aos comunistas russos do que ao comunismo em si.
Também não há como discordar que as atrocidades cometidas pelos soldados russos ao povo afegão tinham que ser impedidas a qualquer custo. Mike Nichols joga com os valores da guerra a todo momento. Sacraliza a guerra no discurso dos personagens para questioná-la com música sacra enquanto os soldados atiram em velhos e crianças pelas cidades. Todos falam em nome de Deus, todos matam em nome de Deus.
O filme só peca do meio para o final, quando resolve assumir uma postura excessivamente moralista. O discurso sobre Deus, praticamente inexistente na primeira metade do filme, começa a ficar cada vez mais presente. E, embora tenha entendido as implicações de se abordar esse assunto, não acho que o cineasta soube aproveitá-lo coerentemente. Ao final, Nichols começa a ser excessivamente didático também, explicando quase explicitamente qual é seu ponto de vista ao expectador.
3 comentários:
Não considero didático, mas esperava mais da direção de Nichlos. Porém, adorei o roteiro, o elenco e claro, o cinismo e a ironia presente.
4 estrelas.
Daniell, vou ver este filme sábado, porque ele acaba de estrear aqui. :-) Depois digo se gostei ou não, com mais embasamento. Mas, por enquanto, posso dizer que aguardo um bom filme, principalemente pela presença de Roberts, hanks e Hoffman, atores que adoro, e é claro, a direção de Mike Nichols.
Abraço!
Também me incomodou essa questão da religiosidade no meio do filme. O filme poeria ser bem melhor com o Aaron Sorkin como roteirista... Será que alguém podou a liberdade criativa do Sorkin?
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