terça-feira, 10 de junho de 2008

As Crônicas de Nárnia: O Príncipe Caspian

Em comparação com o filme que deu origem a franquia esse novo filme é um refresco bem-vindo. O primeiro me irritou extremamente, tanto é, que nunca mais voltei a ele desde que o vi no cinema quando foi lançado.

Desta vez os irmãos Pevensie, retornam à Nárnia após um prosaico ‘chamado’ do príncipe Caspian, o atual e perseguido herdeiro do reino dos Telmarines. O príncipe está em apuros, pois seu tio deseja elimina-lo agora que possui ele próprio um herdeiro. Os quatros reis da antiguidade retornam então a Nárnia após terem abandonado o lugar há mil anos (o equivalente a um ano ‘terrestre’).

É claro que alguns itens irritantes do longa original se mantém nesse segundo. Os atores que ocupam os papéis juvenis continuam com tão pouco carisma quanto antes, uma falha grande do diretor Andrew Adamson ao dirigir seu elenco (fico me perguntando se esse sobrenome do diretor é alguma forma de gracinha com a história do filme, já que Adamson, é ‘Filho de Adão’, um termo recorrente na mitologia de Nárnia, ou se é só uma coincidência). O único destaque que consigo enxergar no elenco é o de Peter Dinklage, responsável pelo anãozinho Trumpkin, um reclamão, porém leal narniano.

Mas foram as seqüências de ação que cresceram nesse filme, as lutas de espada e batalhas realmente alcançaram um nível próximo da maturidade. É claro que a misteriosa e famosa falta de sangue em Nárnia continua lá. Os efeitos digitais continuam excelentes, com exceção de algumas poucas cenas de multidão onde o cuidado com a computação gráfica deixou a desejar.

A direção de arte de O Príncipe Caspian é outro fator que salta aos olhos. As armaduras mostram texturas e desenhos delicados, denotando o cuidado com a cenografia do filme. A concepção dos Telmarines trajando roupas como colonizadores espanhóis é um fator de grande importância para concebermos o perigo e a ameaça que sondam os remanescentes mágicos de Nárnia, acuados como os índios da América. O refúgio de pedras dos narnianos lembra – ainda que vagamente - as construções incas, e seu interior é decorado com pinturas rupestres.

Mas o roteiro – de A. Adamson, C. Markus e S. Mcfeely - apresenta uma série de buracos que, acredito, devem-se mais ao livro. Ainda não conferi a obra de C.S. Lewis, e não pretendo, mas penso que a afobação em incluir uma metáfora religiosa perfeitamente acabada na história faz com que algumas brechas apareçam inevitavelmente. Sendo assim, a inexplicável ausência de Aslan durante a maior parte da projeção não chega a alcançar uma resposta, fica apenas com a leve e frágil noção de que é uma questão de fé. Pode até funcionar na religião, mas cinema é outra coisa.

5 comentários:

Robson Saldanha disse...

Não vi As Crônicas de Nárnia, não sei porque mas nunca me interessou, mesmo assim vou ver se posso assisti-lo em breve!!

Pedro Henrique Gomes disse...

Sou meio leigo quando o assunto é filmes "fantasia", mas quero ver esse filme, e espero que seja melhor que o segundo. E cinema é outra coisa mesmo...

Unknown disse...

Daniell, toda a parte técnica de Príncipe Caspian salta aos olhos. é sublime. Para muitos isto já vale uma sessão, e confesso que para mim também, às vezes. Também avaalio com 3 estrelas. O roteiro é mais consistente que o primeiro Narnia, eu acho...
Abraço!

Anônimo disse...

O primeiro é bom divertimento e verei esse segundo sem grandes expectátivas esse Domingo. Espero ao menor acahar divertido, como você.

Ciao!

Ygor Moretti disse...

Ah esse aind anão vi, mas o primeiro é bem legal apesar de um pouco infantil, esse dizem q naum é tanto infantil quero ver...