segunda-feira, 23 de junho de 2008

Filmes que Espero Ansiosamente II: The Curious Case of Benjamin Button


David Fincher talvez não receba o nível de atenção que ele merece, o cara foi simplesmente ignorado pelo Oscar esse ano, com seu brilhante Zodíaco. Só sei que gosto muito, ou ao menos simpatizo bastante, com cada um de seus filmes. E este último vem me deixando muito curioso, até porque, graças ao Omelete, deu pra ver um trailer novo.

A história é baseada num conto de F. S. Fitzgerald, e narra as aventuras de um homem (Brad Pitt) que nasce velho e vai rejuvenescendo a medida que os anos passam. Precisa dizer mais alguma coisa?


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Conheça a EICTV

A Escuela Internacional de Cine y TV San Antonio de los Banõs (EICTV) é uma instituição não governamental situada em Cuba. Foi criada pelo Comitê de Cineastas da América Latina em 1985. Seu objetivo era formar e capacitar novos profissionais para o mercado cinematográfico latino-americano. Sob a égide do colosso da literatura, Gabriel García Márquez, que preside a escola desde sua fundação, a EICTV já formou mais de 582 profissionais em seu curso regular. Foram 52 países representados e 1200 obras audiovisuais realizadas.


Anualmente a escola é visitada por grandes personalidades do cinema, tanto astros como intelectuais da sétima arte. No vídeo institucional da escola, por exemplo, você pode ver, entre outros, Spilberg, Walter Salles e Coppola. Inclusive uma das histórias mais famosas do lugar parece ser o dia em que Coppola fez macarrão para uma das turmas em formação no curso regular. Isso mesmo, Coppola - THE MAN! - fez espaguete para um bando de alunos. Breves cenas do evento podem ser vistas no vídeo institucional que eu coloquei ali embaixo.


Mas o mais interessante eu ainda não disse. O mais interessante - e eu estou eufórico – é que EU FUI APROVADO!!!!! Recebi a notícia que fui aprovado no vestibular deste ano e devo ir para Cuba em Setembro! O curso regular tem duração de três anos, período no qual você tem aulas diárias em tempo integral e acomodação na própria escola. Minha especialização é roteiro.


A escola abre vagas todos os anos buscando alunos em vários países. Das 42 vagas, 30 são para alunos das Américas, as outras são divididas entre alunos da Europa, Ásia e África. A instituição oferece o curso regular com especialização em Direção, Roteiro, Fotografia, Som, Produção e Som. Aconselho a quem tem interesse profissional em cinema a tentar o processo seletivo, a escola tem bastante prestígio e põem muita ênfase no trabalho prático. Estudantes do terceiro ano rodam um filme no país do diretor. As provas são realizadas anualmente em BH, Recife e Floripa. Além do curso regular a EICTV também oferece algumas oficinas em várias datas e formatos.




quarta-feira, 11 de junho de 2008

Filmes que Espero Ansiosamente I: Religulous

Confesso que os documentários do tipo Michael Moore não me atraem muito, eu preferia o programa de TV, que me parecia mais apropriado para o formato. A questão é que quando o documentarista escancara o humor e torna clara sua proposta de ridicularizar certos aspectos do objeto documentado, a coisa fica bem mais interessante para mim. Ocultar essa proposta num suposto documentário 'investigativo' não é bacana.

Felizmente o caminho escolhido por Larry Charles parece ter sido o primeiro. Nesse novo filme, do mesmo diretor de Borat, o 'objeto' em questão é o fanatismo religioso. E - nova confissão - dessa vez eu tenho que admitir que esse assunto muito me interessa. Não faço segredo pra ninguém que as religiões, e especialmente o fanatismo religioso, não me agradam em nada. Por isso, esse é um dos filmes que mais espero para esse ano, muito embora as chances de ir para o cinema não sejam das melhores. Confira o trailer:


terça-feira, 10 de junho de 2008

As Crônicas de Nárnia: O Príncipe Caspian

Em comparação com o filme que deu origem a franquia esse novo filme é um refresco bem-vindo. O primeiro me irritou extremamente, tanto é, que nunca mais voltei a ele desde que o vi no cinema quando foi lançado.

Desta vez os irmãos Pevensie, retornam à Nárnia após um prosaico ‘chamado’ do príncipe Caspian, o atual e perseguido herdeiro do reino dos Telmarines. O príncipe está em apuros, pois seu tio deseja elimina-lo agora que possui ele próprio um herdeiro. Os quatros reis da antiguidade retornam então a Nárnia após terem abandonado o lugar há mil anos (o equivalente a um ano ‘terrestre’).

É claro que alguns itens irritantes do longa original se mantém nesse segundo. Os atores que ocupam os papéis juvenis continuam com tão pouco carisma quanto antes, uma falha grande do diretor Andrew Adamson ao dirigir seu elenco (fico me perguntando se esse sobrenome do diretor é alguma forma de gracinha com a história do filme, já que Adamson, é ‘Filho de Adão’, um termo recorrente na mitologia de Nárnia, ou se é só uma coincidência). O único destaque que consigo enxergar no elenco é o de Peter Dinklage, responsável pelo anãozinho Trumpkin, um reclamão, porém leal narniano.

Mas foram as seqüências de ação que cresceram nesse filme, as lutas de espada e batalhas realmente alcançaram um nível próximo da maturidade. É claro que a misteriosa e famosa falta de sangue em Nárnia continua lá. Os efeitos digitais continuam excelentes, com exceção de algumas poucas cenas de multidão onde o cuidado com a computação gráfica deixou a desejar.

A direção de arte de O Príncipe Caspian é outro fator que salta aos olhos. As armaduras mostram texturas e desenhos delicados, denotando o cuidado com a cenografia do filme. A concepção dos Telmarines trajando roupas como colonizadores espanhóis é um fator de grande importância para concebermos o perigo e a ameaça que sondam os remanescentes mágicos de Nárnia, acuados como os índios da América. O refúgio de pedras dos narnianos lembra – ainda que vagamente - as construções incas, e seu interior é decorado com pinturas rupestres.

Mas o roteiro – de A. Adamson, C. Markus e S. Mcfeely - apresenta uma série de buracos que, acredito, devem-se mais ao livro. Ainda não conferi a obra de C.S. Lewis, e não pretendo, mas penso que a afobação em incluir uma metáfora religiosa perfeitamente acabada na história faz com que algumas brechas apareçam inevitavelmente. Sendo assim, a inexplicável ausência de Aslan durante a maior parte da projeção não chega a alcançar uma resposta, fica apenas com a leve e frágil noção de que é uma questão de fé. Pode até funcionar na religião, mas cinema é outra coisa.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A Ética dos Ladrões Cinematográficos


Me peguei pensando sobre ‘Um plano Brilhante’ – um filme não tão brilhante quanto o próprio título – mas que me fez pensar sobre a ética dos ladrões de banco cinematográficos. Essa ‘profissão’ tende sempre a ter um glamour muito especial no cinema. É um dos poucos casos em que torcemos desde o princípio por um contraventor, um criminoso que é muito facilmente simpático ao público. Diferente, por exemplo, de tornar simpático, ou ao menos aceitável, para o espectador personagens principais que degustam outros seres humanos, como é o caso de Hanibal Lecter. A tarefa de criar empatia entre o público e um criminoso é sempre muito complexa para um roteirista, mas no caso dos ladrões de banco parece automático, o público logo se identifica com eles.

‘Um Plano Brilhante’ não é o único caso. Mais recentemente temos o exemplo de ‘O Plano Perfeito’ do Spike Lee – esse sim um filme brilhante – além das infinitas crias de ‘Ocean´s eleven’, mas, puxando pela memória, você talvez se lembre que isso pode remontar a ‘Uma rajada de balas’ (Bonnie and Clyde) de 1967!(Lembrando também que ‘Ocean’s Eleven’ é uma refilmagem de um longa de 1960). O fato é que ladrões de bancos (ou cassinos, museus, etc) tem uma aura em torno de si, justificando a freqüente demanda de filme para esse nicho específico, e fiquei pensando no motivo disso.

Acho que em filmes como esses a esperteza dos personagens principais salta à vista do espectador, aparece como figura central num fundo, onde o próprio roubo é secundário. É como o personagem de Clive Owen diz bem no princípio de ‘O Plano Perfeito’: “Por quê? Porque eu posso”. E é a mais pura verdade, quando uma personagem demonstra uma mente extremamente engenhosa, ela é capaz de fazer o público duvidar da validade das leis aplicadas àquela personagem. O público não tem outra alternativa a não ser pensar “Genial!”. Quando os ladrões são capazes, além de tudo, de realizar seu roubo sem portar em nenhum momento uma arma, ameaçar a vida de ninguém ou de entrar e sair sem serem vistos, aí a emoção do público é ainda maior, e torcemos pelos ladrões. Na vida real também é assim, acredito. Basta lembrar dos ladrões que entraram numa agência do Banco Central em Fortaleza, em Agosto de 2005. Os comentários sobre o caso foram enormes, muitos deles exaltando a inteligência dos ladrrios sobre o caso foram enormes, muitos deles exaltando a inteligões.

Verdade seja dita também, o roteiro na maioria das vezes dá uma ajudinha para os ladrões. As pessoas de quem eles roubam são sempre bancos - aqueles lugares detestáveis que ganham dinheiro enquanto você passa horas nas filas -, ou de pessoas igualmente detestáveis. Em ‘O Plano Perfeito’, Clive Owen e sua equipe roubam um banco, que pertence a um velhinho muito distinto, mas com um segredo horrível. Em ‘Ocean´s Eleven’ a turma do George Clooney rouba um dono de cassino que é um sujeito nada agradável. Como simpatizar com pessoas assim? Melhor simpatizar com a esperteza dos ladrões, não? Já que o cinema promove essa realização de fantasias, na segurança do sofá da sua casa.

Uma outra coisa que me ocorre - baseada em algo que li alguns anos atrás sobre histórias em quadrinhos de super-heróis (mas já não me recordo de quem escreveu) - é o argumento que criticava histórias de super-heróis dizendo que se alguém pudesse dispor de poderes fora do normal, sempre usaria esses poderes para benefício próprio. E não é difícil concordar com essa afirmação. Ela se aplica muito facilmente aos filmes de roubo também. Ao invés de tecer uma crítica à glamourização dos ladrões de banco, eu proponho que esses filmes contam uma bela verdade. Quem dispõe de habilidades elevadas, só as usará para benefício próprio, deixando os outros reles seres humanos nas filas de banco. As habilidades que aparecem nos filmes é que tendem a ser um pouco exageradas, mas de vez em quando a realidade mostra que também é capaz de produzir algumas coisas extraordinárias, como é o caso do roubo do Banco Central. Pois bem, o que quero dizer é: esses filmes na verdade revelam que a natureza humana é egoísta e engenhosa, qualquer um que consiga se colocar num degrau mais elevado vai usar suas habilidades para conquistar mais.

A questão de se isso é benéfico ou não para a sociedade - cuja resposta é bem óbvia - não interessa nessa discussão. Meu ponto é que mesmo os filmes mais toscos sobre assaltos à banco revelam um nervo exposto da natureza humana.


Filmes sobre assaltos:
O Assalto - (D. Mamet, 2001)
Trapaceiros - (W. Allen, 2000)
Matadores de Velhinha - (J. e E. Coen, 2004)
Um Plano Brilhante - (M. Radford, 2007)
A Cartada Final - (F. Oz, 2001)
Uma Saída de Mestre - (F. Gary Gray, 2003)
Thomas Crow - A Arte do Crime - (J. McTiernam, 1999)
A Senha: Swordfish - (D. Sena, 2001)

Filmes sobre assaltos que são excelentes:
Cães de Aluguel - (Q. Tarantino, 1992)
O Plano Perfeito - (S. Lee, 2006)
Onze Homens e um Segredo - (S.Soderbergh, 2001)

Alguém tem mais sugestões?

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Filmes de Maio


Acho que foi o mês campeão, negativamente falando. Foram apenas 24 filmes, não sei explicar muito bem por que. Mas tenho um palpite que as badalações, um tanto incomuns na minha vida, ficaram um pouco mais freqüentes esse mês. E eu troco muito facilmente uma noitada na rua por uma boa sessão dupla de filme na minha caminha quentinha, mas não sei o que aconteceu neste Maio. As idas ao cinema não foram grande coisa também, coroadas por uma mais que broxante sessão de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, mas pontuadas por dois filmes bons, pelo menos: Homem de Ferro e Speed Racer.



Ed Wood – (T. Burton, 1996)
Veludo Azul – (D. Lynch, 1986)*
O Falcão Maltês – (J. Houston, 1941)

Speed Racer – (Wachoski Bro, 2008)
Manhattan – (W. Allen, 1979)
A Felicidade não se Compra – (F. Capra, 1946)
A Última Sessão de Cinema – (P. Bogdanovich, 1971)
A Regra do Jogo – (J. Renoir, 1939)
Os Homens Preferem as Loiras – (H. Hawks, 1953)
Sem Destino – (D. Hopper, 1969)




Margot e o Casamento – (N. Baumbach, 2007)
Trainspointting – (D. Boyle, 1996)*
C.R.A.Z.Y. – Loucos de Amor – (J. Vallée, 2005)
Operação França – (W. Friedkin, 1971)
Matrix Reloaded – (Wachowski Bro, 2003)*
Secretária – (S.Shainberg, 2002)
Borat – (L. Charles, 2006)

Desejo e Reparação – ( J. Wright, 2007)




Homem de Ferro – (J. Favreau, 2008)
Kalifornia – (D. Sena, 1993)
Tudo que você queria saber sobre sexo mas tinha medo de perguntar – (W. Allen, 1972 )

Across the Universe – (J. Taymor, 2007)
Preto e Branco – (J.Toback, 1999)



Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal – (S. Spielberg, 2008)

Saldo: 3 idas ao cinema e 21 DVDs. Asteriscos marcam filmes revistos.