segunda-feira, 26 de maio de 2008

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal



Confesso que o trailer de Indiana Jones me deu arrepios na primeira vez que assisti. E nas outras também. O som da musiquinha inesquecível de John Williams foi tão nostálgico que cheguei a sentir o gostinho de infância na boca. De todos os filmes ‘clássicos’ dos anos 80, esse, talvez, tenha sido o que mais assisti. E como eu brinquei de Indiana Jones no quintal da minha casa! Bons tempos aqueles.

É no mínimo lamentável, portanto, que a continuação de uma trilogia clássica seja um filme tão sem sal e desprovido de qualidades como esse. E olha que eu apostava todas as minhas fichas nessa produção.

Nessa nova aventura Indiana Jones é envolvido com militares comunistas, liderados pela coronel Irina Spalko, uma Cate Blanchett totalmente caricatural e insossa. Quando começa a ser investigado também pelo FBI, dado seu envolvimento com os comunistas, Indy é contatado por Mutt Williams (Shia LaBeouf) um rapaz que solicita sua ajuda para localizar a mãe e um antigo conhecido de Indy.

Desde o princípio da trama (nos primeiros minutos mesmo) fica claro que os personagens investigam qualquer tipo de evento alienígena, e como se isso não fosse por si só enormemente destoante das aventuras anteriores de Indiana Jones, o roteirista (David Koep) ainda faz o favor de incluir temas como habilidades parapsíquicas. Temas, aliás, que são a principal gordura extra do roteiro, uma vez que são apenas mencionados ou levemente tocados sem que seu papel seja significativo para fazer a trama andar. Outra coisa que incomoda bastante é o fato de que em dois momentos aparecerem ‘nativos’ nos sítios arqueológicos que Indiana investiga, que atacam o professor, mas dos quais não sabemos nada, tampouco porque eles atacam Indiana Jones. E assim como surgem eles desaparecem da trama sem mais nem menos. Como esse, existem ainda outros buracos que permanecem sem resposta no roteiro.

A sensação que o filme todo proporciona é que existem eventos que aconteceriam se aqueles personagens estivessem lá ou não. É uma grande sensação de gratuidade. Não vemos Indiana Jones no filme. E nem sabemos por que ele continua investigando os eventos da forma que o filme mostra. Afinal, não existe motivação suficiente para que ele continue. Pelo menos, se tomarmos os outros filmes como exemplo, Indiana Jones é um personagem difícil de ser demovido das próprias vontades, e toma sempre o caminho mais curto e simples para realizar algo. É como se fosse um filme de Indiana Jones em que as ações pudessem ser executadas pelo seu Zé da padaria da esquina.

Assim como a personagem título, a vilã da história também não tem brilho e seus desejos são altamente superficiais. Sabemos que ela se interessa pelos dons psíquicos da caveira de cristal mas não temos um mapa preciso do que ela pretende e como executará o que pretende. Ela também não oferece um antagonismo eficiente à Indiana Jones, justamente porque é muito superficial. Talvez o pior papel de Blanchett em toda sua carreira.

Indiana Jones e O Reino da Caveira de Cristal é, portanto, uma decepção gigantesca. Chegou a me dar sono no cinema. Esperamos 18 anos por uma continuação, mas eu ficaria de bom grado esperando mais uns cinco se isso fosse produzir um filme melhor.

8 comentários:

Anônimo disse...

Permita-me discordar, rsrsrs, eu achei o filme ótimo! Não lembro de quando me diverti tanto vendo à um filme. Acho que o pecado do filme é a overdose de efeitos, mas tudo da série está lá: o charme dos personagens, a inventividade do escapismo, criativas sequências de ação, mistério, sobrenatural, exagero e Indy apanhando e batendo muito! Fotografia, edição, trilha, tudo no ponto certo!

4 estrelas ;)

Ciao!

Daniell disse...

Nossa, ainda bem que alguém gostou desse filme! Mas vai me desculpar viu, não acho que o filme é tão bom assim não, eu acho até que ele tem uns probleminhas de decupagens. Agora na parte tecnica com certeza ele é impecável, todos os filmes do Spilberg são mesmo. Quanto ao roteiro, pra mim é um queijo suíço. Sério, eu cheguei a sentir sono assistindo no cinema e eu estava tremendamente benevolente com o filme, como disse no meu texto aí.

Ygor Moretti disse...

já ouvi comentários bons e outros nem tanto, quero tirar a prova heheh, mas enfim, ao menos o personagem vem carregado d euma nostalgia gostosa, lá do principio do video cassete rsss...

Ygor Moretti disse...

AH LINKEI SEU BLOG, SE PUDER DAR UMA AJUDINHA AI PRA DIVULGAR AGRADEÇO ABRAÇO!!!

Daniell disse...

Ok Ygor, está adicionado!

Pedro Henrique Gomes disse...

Claro que o filme deve em relação a trilogia, mas não achei tão dispensável assim. Eu não gostei do roteiro, mas nesse caso é o que menos interessa. E acho a Cate Blanchett linda e, apesar de concordar que esse é seu pior trabalho, gostei da atuação dela. O sotaque dela foi bom demais.

Abraço!!

Unknown disse...

Se disser a você que ainda não vi, acho que não acredita. É o filme mais aguardado do ano por mim, mas por conta de algumas provas da faculdade estou adiando. Sua cotação - e apontamentos - são decepcionantes...
Abraço!

Daniell disse...

Weiner: Olhe pelo lado bom, pelo menos 99% das pessoas gostaram do filme! :)