quarta-feira, 26 de março de 2008

Os adolescentes estão com os dias contados!

Pelo menos nos cinemas! E isso se você morar nos EUA e tiver uma nota preta pra ver um filme. Li uma notícia agora pouco que diz que o grupo Village Roadshow Gold Class Cinemas, pretende instalar esse ano nos EUA 50 salas de cinema de alto luxo. As salas seriam para no máximo 40 pessoas, com alto padrão de som e imagem e botõezinhos nas poltronas para chamar garçonetes a um custo de 35 doletas por sessão, ouch!



Bom, mas quem já viu um filme bom ser arruinado por uma turba de adolescentes em fúria ou um projetor ruim, sabe que o preço compensa. Aliás, outro dia minha sessão de Chega de Saudade foi levemente perturbada por um grupo de senhoras logo atrás de mim, que conversavam de cinco em cinco minutos.

Eu tenho até um ranking de frases para dizer a essas pessoas, porque, francamente, a gente sabe que o velho e batido 'você poderia ficar em silêncio por favor' não funciona com esses bárbaros. Por isso, aí vaí o Top 5 de melhores frases para se dizer a um bárbaro de cinema:

5. "Você é crítico de cinema? Não? Nossa, mas eu achei que todas essas pessoas tinham se reunido aqui para ouvir suas opiniões sobre o filme".

4. "Quem era? Como assim não é da minha conta? Depois dessa conversa tão alta eu já me sinto íntimo de você e da pessoa do outro lado do telefone".

3. "Quer farofa?" - Para aqueles momentos onde as pessoas entram com sacos e sacos de comida na sala.

2. Gritando para a tela "Stallone!? Stallone?! Você não tá vendo que seus diálogos estão atrapalhando a conversa aqui atrás?!"

1. "Quanto custa a entrada do cinema mesmo? Pois é, lá fora dá pra conversar de graça". O efeito dessa frase chega ao máximo quando a pessoa efetivamente responde o preço do ingresso. Talvez, com muita força de vontade, ela reconheça o quanto idiota ela é por pagar 15 reais pra conversar.

Alguém tem mais alguma sugestão?

segunda-feira, 24 de março de 2008

Ponto de Vista


Numa visita a Espanha, o presidente dos EUA (William Hurt), é baleado, e logo em seguida uma bomba explode. Contando com a experiência de várias das pessoas ali presentes o filme narrará esse mesmo pedaço da história várias vezes, sob diversas perspectivas. Seguindo de forma mais central Thomas Barnes (Dennis Quaid), um guarda-costas do presidente que já havia tomado um tiro por ele antes.

A principal fraqueza de Ponto de Vista é justamente o que mais deveria ter sido seu ponto forte. Quando o filme se detém sobre cada uma das personagens, para abordar a parcela de acontecimentos vistos por eles, esperamos que os eventos sejam mostrados integralmente. Queremos montar a história nas nossas mentes como um quebra-cabeça. Mas o diretor Pete Travis resolveu omitir pedaços cruciais da narrativa com a intenção desonesta de manter o suspense andando. Sendo assim, não é uma função do roteiro e da narrativa criar um mistério, mas o simples fato de que o diretor grita ‘corta’ em cenas cruciais. Ou seja, nem o ‘ponto de vista’, que era teoricamente o centro do filme, é uma questão relevante. É mais um exercício estilístico sem rigor ou sentido.

O filme, no entanto, consegue ser empolgante em algumas seqüências. As perseguições são muito bem decupadas e, embora a edição seja frenética demais, não é difícil de acompanhar essas cenas. Não chega aos pés de um Jason Bourne, mas é eficiente.

Um outro pecado fica por conta das gordurinhas em sobra da trama. Qual o papel do cinegrafista por exemplo? É uma personagem que teoricamente tem um papel fundamental em certo momento da história, mas que nunca ficamos sabendo qual é. Qual o sentido da primeira seqüência do filme? A produtora jornalística vivida por Sigourney Weaver aparece em cenas de intensa carga dramática mas que não tem compensação na progressão do filme. De início pensei que a personagem de Sigourney estava ali para nos dar o passado de Thomas Barnes, mas esse passado é reiterado umas três vezes durante a projeção, fazendo com que a pesquisa da jornalista seja em vão para o espectador compreender a personagem de Quaid.

Se Ponto de Vista fosse um pouquinho mais divertido e magro, seria a diversão perfeita para o final de semana.


quinta-feira, 20 de março de 2008

Sobre valentões, tropas e ursos

Tem um tempo que eu estou querendo uma discussão aqui pelo blog, não no sentido pejorativo, mas no saudável mesmo. E resolvi aproveitar o fato de que tem gente realmente lendo o blog agora (pessoas muito bacanas como os colegas Weiner, Wally, Rodrigo, Marco, Pedro Henrique e outros), pra saber a opinião deles. Não é algo que eu tenha muito claro, uma resposta pronta e objetiva sobre a questão, é mais um incômodo.

Quando Tropa de Elite ganhou o Urso de Ouro eu escrevi um post enorme, quase três páginas, com uma série de pensamentos que me perturbavam na época, e que foram catalisados pelo prêmio. Resolvi não postar.

Porém, quando Valente saiu direto em DVD, fiquei muito ansioso para conferir. Adoro o trabalho de Neil Jordan e sou fã de carteirinha de Jodie Foster. As críticas, no entanto, foram negativas em todos os lugares, o que fez minha curiosidade, espantosamente, se aguçar cada vez mais ao invés de retrair. Mas foi o veredicto principal das críticas o fator essencial para que meu interesse aumentasse: o filme nada mais era do que uma defesa da justiça com as próprias mãos. Encucadíssimo com esse veredicto, e cético ao fato de que Neil Jordan defenderia tal ponto de vista, fiquei imbuído de uma vontade enorme de provar que todos estavam errados. Bom, talvez eu não possa fazer isso mais, agora que assisti o filme.

Cineastas são pessoas chamadas a mostrar seu ponto de vista sobre o mundo, e os melhores o fazem traduzindo esse ponto de vista em uma forma absolutamente visual. O problema é quando lidam com temas polêmicos como este. E se alguém quiser contar uma história sobre um nazista? Um nazista sem arrependimento algum? Ele por acaso terá que indexar a sua história um certo tipo de moral transcendente, do tipo, ‘ele sempre se dá mal no final’. Será que nós vivemos realmente num mundo onde uma espécie de justiça universal opera e tem que aparecer obrigatoriamente no cinema?

A questão é que assuntos como a moralidade podem ser abordados de infinitas possibilidades, e certamente cada diretor conta com uma diferente. A pessoa que assistiu Valente comigo adorou o filme, só se desagradou pelo fato de Jodie Foster não torturar mais suas vítimas. Mas o que me irrita realmente é que pessoas que teoricamente deveriam entender de cinema teçam comentários meramente temáticos sobre um filme.

Sendo assim, Valente sofreu críticas sobre seu tema, mas eu me pergunto, porque Tropa de Elite não recebeu o mesmo tratamento? Por que em Tropa de Elite o personagem principal teoricamente representa a lei? Mas ambos são tão assassinos quanto. Com uma diferença: Capitão Nascimento é também um torturador. (Certamente meu companheiro do filme de hoje gosta mais desse último do que de Valente). (Reparem que também não estou entrando em questões estéticas de um e outro aqui, justamente porque isso é o que está sendo questionado, a falta de julgamento estético em prol de julgamentos de conteúdo).

O que eu acho, honestamente, é que a violência é um flagelo. Acho até que é bastante difícil discordar disso, fazendo com que meu ponto de vista não seja tão original assim. Eu posso ficar falando durante vários parágrafos sobre o horror da violência, qualquer um com um mínimo de educação poderia. A questão é que eu me proponho a falar de cinema, e, sendo assim, o que realmente importa são as minhas opiniões sobre a estética cinematográfica e não o que eu penso sobre a violência.

Um diretor certamente passa certo tipo de conteúdo com seus filmes. Em outras palavras, acredito que um realizador cinematográfico pretende que seu público compreenda a mensagem que ele se propôs a passar (pelo menos nos modelos mais próximos do cinema narrativo). Cabe a um crítico de cinema não questionar o ponto de vista de um diretor sobre a vida, mas sim demonstrar de que maneira esse ponto de vista é articulado em um filme e se ele é competente o suficiente para atingir o público emocional ou intelectualmente. Questionar a visão de um artista sobre a vida é trabalho de filósofos e sociólogos.

Não que esse tipo de questionamento não tenha lugar, mas certamente não ocupa a posição central. Obviamente que não conseguimos seguir esse princípio sempre (estou me lembrando nesse momento de ter comentado em uma outra ocasião, que tinha achado Onde os Fracos Não tem vez muito pessimista, mas não me lembro de ter falado que o filme era ruim por causa disso). As incoerências é que me incomodam. Porque insultar um e glorificar outro? Porque o Brasil é uma nação com problemas sociais e o filme de Padilha teoricamente espelha isso? Mas os EUA também não são uma nação ferida? Seus cidadãos não sofrem de uma neurose coletiva e doentia? A guerra e a violência não parecem fazer rima com o hino nacional americano? Essa desculpa não cola, exatamente porque pode ser usada em ambos os casos.

Se julgar um filme por sua temática fosse o mais indicado, hoje em dia nós não estaríamos mais assistindo O Nascimento de Uma Nação, porque o racismo como um fenômeno institucional caiu. E o Encouraçado Potemkin só seria assistido em cineclubes de alunos universitário membros do PSTU.

Considerando, apenas para efeito de análise, que Neil Jordan realmente tenha construído uma obra que defende a justiça com as próprias mãos, que espécie de comentários isso pode gerar? Provavelmente os piores. Mas esses comentários são suficientes para desmerecer um filme como um fenômeno estético?

E só pra jogar mais lenha na fogueira, fico pensando em outros casos. Por exemplo, essas bandas de hardrock européias que pregam uma forma de neonazismo. Alguém seria capaz de defender apenas a ‘qualidade musical’ delas independente do conteúdo? E vocês, o que acham disso tudo?

terça-feira, 18 de março de 2008

Qual o problema com esse ano?


Vai morrer todo mundo esse ano? Ano passado já foi bem intenso em termos de mortes 'peso-pesado' do cinema (Bergman, Antonioni). Esse ano não começou melhor, mas acabei de ver, agorinha, que Anthony Minghella passou desta para uma melhor. Eu tinha dito, uns sete posts pra trás, que provavelmente era a única pessoa que gostava de O Paciente Inglês (realmente, eu não conheço ninguém que goste desse filme, a não ser, talvez, pela minha professora de história do segundo ano). Bom, eu reafirmo que gosto do filme, e que Minghella vai deixar saudades. As notícias sobre a causa da morte do diretor não foram divulgadas.

segunda-feira, 17 de março de 2008

O Orfanato

Poucos filmes de terror podem ser seguidos da palavra ‘bom’ na mesma frase. E não estou fazendo uma crítica generalista. Tome por exemplo Os Outros. É um filme excelente, mas não sei se considero como um filme de terror excelente. Digo isso baseado num conceito que pode até não ser muito profundo ou teórico, mas que tem funcionado pra mim: filmes de terror tem que dar medo. Parece óbvio, mas nem todo mundo acha.

Sendo assim, Os Outros, tem suas principais qualidades apoiadas em questões estéticas (atuação, direção de arte, fotografia) que não são específicas da estética de terror. Mas O Orfanato é radicalmente diferente, mesmo contando uma história que é basicamente o senso-comum dos filmes de terror.

A trama, roteirizada por Sérgio Sánchez, gira em torno de Laura (Belén Rueda), uma mulher que viveu em um orfanato quando criança, e, depois de adulta, resolveu comprar o casarão que abrigava a instituição e criar um lar para crianças deficientes. Quando se muda para lá com o marido (Fernando Cayo), e o filho de 6 anos (Roger Príncep) que é adotado e portador do HIV, coisas estranhas começam a acontecer. Simon, que já possuía o hábito de conversar com amigos imaginários, próprio de crianças solitárias, ganha novos ‘amigos’ no casarão. Preocupada cada vez mais com a situação do filho, Laura vê sua vida virar de cabeça para baixo quando a criança desaparece sem deixar rastros. Agora, ela investigará cada aspecto da casa para solucionar o mistério do desaparecimento de Simon.

Juan Antônio Bayona consegue criar habilmente o que, em minha opinião, é fundamental para um bom filme de terror: atmosfera. A seqüência que mostra uma sessão espírita na casa é de arrepiar o cabelos (e conta com a presença magistral de Senhor Barriga!). O diretor só consegue esse efeito porque se demorou tempo suficiente na ambientação de seus personagens em sua vida cotidiana normal, dando tempo para que o público possa se acostumar e se afeiçoar a eles. Além disso o terror não é uma mera consequência de se usar o dolby surround sound, ou seja, o diretor não pretende assustar o público com estrondos repentinos, coisa que seria assustadora até se estivéssemos assistindo a Noviça Rebelde. Ao contrário, ele prefere incluir alguns sustos em situações altamente dramáticas e até previsíveis, numa demonstração clara de sofisticação e respeito a inteligência do público.

O filme só tem dois problemas: tem um ritmo irregular do meio para o final do segundo ato e o final, que é exageradamente extenso e didático, cortando um pouco do clima da cena anterior, muito mais forte.


sexta-feira, 14 de março de 2008

10.000 AC


Olha, eu tentei. Foi mal Roland Emmerich, mas eu tentei. Eu juro que entrei no cinema com o espírito preparado para um filme de ação com efeitos especiais. Nem mais nem menos, não esperava, por exemplo, por uma aguda análise do espírito humano na aurora da civilização. Nada disso. Só queria um bom filme de ação. E o filme realmente é de ação, só que está longe de ser bom.

A história narra as peripécias de D´Leh (Steven Strait) um jovem pertencente a uma tribo (que não sei o nome e, francamente, não vou pesquisar) e que morre de amores por Evolet (Camille Belle), uma outra membro da tribo que tem olhos azuis (?). A tribo espera, enterrados até os joelhos na neve sabe Deus porque, até que os mamutes apareçam e eles possam caçar. O problema é que paralelamente bárbaros tomam o lugar e raptam muitos membros da tribo, entre eles, obviamente, está Evolet. D´Leh fará de tudo para recuperar sua amada, inclusive atravessar todos os tipos de vegetação e solo disponíveis no planeta e lutar exclusivamente com animais já extintos.

O maior incômodo, entretanto, são as soluções deus ex machina em todas as esquinas da história. Aparentemente existiam centenas de profecias na pré-história e todas se encaixavam nos personagens principais desse filme. Os roteiristas (Harald Kloser e Roland Emmerich) usam coincidências e deus ex machina a exaustão, e, por fim, a inteligência do expectador é fatalmente atingida e perdemos e benevolência com o filme. Pra arrematar, o final traz a realização de uma outra profecia, desfazendo um evento grande sem a menor explicação.



quinta-feira, 13 de março de 2008

DVD: Na Captura dos Friedmans


Embora não seja dos maiores fãs de documentários, tinha ouvido muitas críticas positivas desse filme e resolvi conferir. Não me arrependi nem um pouco, como, aliás, costuma acontecer quando eu cedo e vejo documentários. Na Captura dos Friedmans narra a história da destruição de uma família após as acusações de abuso sexual do pai e do filho mais novo.

Assuntos como a pedofilia sempre trazem à tona aquele sentimento de asco e revolta, e filmes que o abordam tendem a ser maltratados pelo público se não assumem a versão mais senso comum da coisa toda. Bem, Na Captura dos Friedmans não assume a posição mais comum, mas também está longe de fazer apologia ao crime. O principal acusado, Arnold Friedman, que na época das filmagens já estava morto, é focado no filme com distância crítica e uma certa ironia. A idéia que ele e seus filhos tinham de que todas as acusações não passavam de uma conspiração diabólica da polícia, é tratada com o devido ceticismo pelo diretor. Mas ainda assim ele não se furta de analisar o caso com rigor e descobre que muitas das acusações eram, se não falsas, altamente duvidosas.

O diretor Andrew Jarecki descortina um aspecto da sociedade ao voltar sua câmera para a família Friedman. E foi totalmente sem esforço que me lembrei imediatamente de Pecados Íntimos. Esse último filme parece encarnar de maneira ficcional o que o documentário de Jarecki encarna de maneira real. A sociedade cria uma histeria em torno de casos como esses justamente porque não quer pensar nos seus próprios ‘pecadinhos íntimos’.

Mas o aspecto mais marcante do filme todo é o relacionamento que a família Friedman estabelece com a imagem. São inúmeros registros filmados pelos filhos dos Friedmans e também por gerações mais antigas. Logo no início, David, o filho mais velho, aparece em um vídeo-diário, onde registra imediatamente que o caráter daquela filmagem era unicamente pessoal, não visava a exibição para outras pessoas. Portanto, a intimidade de uma família sendo exposta dessa maneira parece ser o aspecto mais chocante do documentário. David não desiste de filmar nem nas constantes brigas que a família tinha, está tudo lá, registrado para sempre.

O diretor traça impressionantes considerações a esse respeito. Justamente quando se pensa que o cotidiano filmado de uma família poderia jogar luz sobre uma tragédia de proporções tão grandes, a obra demonstra que o caráter desgastado da imagem hoje em dia é quase nulo. Qual segurança alguém tem sobre sua imagem atualmente? Nenhuma, justamente porque tudo é sobre a imagem e não mais sobre as pessoas. Sobre os Friedmans, poderia se falar qualquer coisa, ou mostrar, mas a tragédia já os tinha engolido de tal maneira que ninguém mais acreditaria em nada, por melhor que fosse.

Quem garante que grandes partes do processo movido pelo estado contra a família não fossem baseados em uma investigação mal feita e incoerente (como o próprio filme parece querer mostrar em alguns momentos)? Mas do que adianta isso? Como bem fala uma das detetives envolvidas no caso, uma vez que alguém é colocado como suspeito de um caso como esse é o fim da sua vida, independente se é culpado ou não. Sua imagem estará eternamente indexada a isso, mesmo que ele não esteja.

A extensa filmagem da família é apenas a demonstração de que a imagem está lá para que esqueçamos do essencial. O próprio David diz em determinado momento do filme que filmou as últimas horas do irmão, antes dele ir para a cadeia cumprir sua pena, porque assim era mais fácil, filmando ele não precisava estar lá de fato, não precisava pensar naquilo. É como a pequena bailarina mostrada no documentário, morta durante a infância, irmã de Arnold Friedman, algo belo mas que foi perdido pra sempre. Só restou sua imagem.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Rapidinhas



Parece que Edward Norton está causando problemas de novo (os estúdios não aprendem nunca?). Baseado na sua extensa lista de chiliquinhos e brigas com diretores e produtores, eu nunca deixaria um ator como ele reescrever o roteiro e produzir um filme. Atores escrevendo roteiros dos próprios filmes?! Todos acabam sendo bons de cama, inteligentíssimos e se dando bem no final, parece até filme do Didi. Mas como se isso não fosse o bastante parece que Norton ainda está dando pitacos sobre o corte final de Hulk. Desagradando tanto a Marvel, quanto a Universal, que teme que o acúmulo de funções vá prejudicar o aparecimento do ator nas promoções do filme. Tsc, tsc vai entender.
Ed Norton and Matvel in “Hulk”-ing Feud



As filmagens de Imaginarium of Dr. Parnassus recomeçaram, após a morte trágica de seu principal astro, Heath Ledger. Segundo nota da produção, divulgada a várias semanas atrás, Heath Ledger será substituído por três atores: Jude Law, Johnny Depp, e Colin Farrell. Aparentemente na história o personagem principal entra em um espelho mágico algumas vezes e sai dele modificado. Aí se justificaria a mudança de atores.
Shooting Restarts on Terry Gilliam's Heath Ledger Movie




Bryan Singer em Superman de novo! Ah, vai fazer outra coisa pô, você não cansou de fazer filme de super-herói não? Vai antes que eu esqueça que você já fez Os Suspeitos e O Aprendiz.
Bryan Singer diz que não saiu de Superman: Man of Steel - e fala mais


segunda-feira, 10 de março de 2008

Righteous Kill Trailer

OK, estou começando a ficar realmente preocupado com minhas finanças esse ano. Acho que vou me lembrar eternamente de 2008 como 'o ano em que entrei em coma no cinema'. Grandes ansiedades e muitas expectativas. Acabei de ver o trailer de Righteous Kill e ele galgou alguns degraus na minha hierarquia de filmes mais esperados. De Niro e Pacino atuando juntos?! Are you freakin' kidding with me!? Tá certo que os dois já participaram do mesmo filme, The Godfather II (Amém!), mas não contracenaram juntos nessa ocasião. E corre à boca pequena que os dois não se dão muito bem. Mas não sei até que ponto isso é verdade. Só sei que mal posso esperar para ver esse filme!

DVD: Invasão de Domicílio


Provavelmente eu sou a única pessoa no mundo que gostou de O Paciente Inglês, mea culpa. Mas peguei esse Invasão de Domicílio na prateleira da locadora esperando por um Anthony Minghella mais ágil, não encontrei. Também, isso seria o mesmo que querer um Roland Emmerich introspectivo. Os filmes do Minghella não me desapontam, eu tampouco acho que sejam obras maravilhosas e perfeitas, mas serve para um dia de chuva. O trailer foi o responsável por condenar o filme um pouco. Tem até umas duas perseguições, mas não espere nada do naipe de um Jason Bourne.

Will Francis (Jude Law) é um arquiteto que, depois de ver seu escritório assaltado diversas vezes, passa a montar guarda na porta do estabelecimento. Entre conversas com uma prostitua feminista, música e café, numa bela noite ele consegue flagrar Miro Simic (Rafi Gavron), um adolescente que se estabelecera como o ladrão ‘fixo’ do escritório de Will. O arquiteto, disposto a acabar de vez com a farra dos ladrões parte em busca do garoto e consegue descobrir onde mora. A partir daí Will se envolverá com a mãe do menino (Juliette Binoche), num caso extraconjugal para fugir das pressões do próprio casamento com Liv (Robin Wright Penn).

O grande problema de Invasão de Domicílio é a profusão de temas. Aparentemente Anthony Minghella quis tratar de todos os assuntos possíveis nesse filme. Desde conflitos raciais, desigualdade social, feminismo e preservação ambiental. Nem preciso dizer que ele só conseguiu lidar com maturidade com uns dois, no máximo. Os outros foram apenas tangenciados, mas talvez, no fim das contas, isso tenha sido bom. Mas o que me incomoda de fato é o final. Will Francis peca pela condescendência com que leva o casamento e vê a si mesmo, e o final do filme parece apenas reiterar esse erro.



quinta-feira, 6 de março de 2008

Mamilos e Rorschach

Você já pode conferir no blog oficial da adaptação de Watchmen, as fantasias dos principais heróis da trama. Faltou o Dr. Manhattan, será que ele vai ficar como na HQ? Peladão? Será que veremos um humanóide gigante em CG com o pingolim azul? Mistérios, mistérios...





Pessoalmente eu gostei muito do resultado, o Coruja Noturna ficou muito bacana. E tem que ser levado em consideração que na HQ o design do uniforme dos personagens é meio galhofa, pelo menos é o que eu penso, já que a própria idéia dos super-heróis é questionada.

Mas o Blog Vulture especulou se veremos mais uma versão de Batman & Robin, já que eles bem ressaltaram nessa foto, os mamilos do Ozymandias aparentes na roupa. Rezo todos os dias para que isso não aconteça, eu confio em Zack Snyder...


Pra quem não sabe Watchmen é uma adaptação de uma famosa Grafic Novel da década de 80, considerada por muitos como 'A' HQ definitiva. O Cidadão Kane dos quadrinhos, eu, recolhido humildemente, tenho que concordar. Watchmen foi escrito por Alan Moore, autor de várias Grafic Novels já adaptadas para o cinema (nem todas com sucesso), dentre elas: Do Inferno, A Liga Extraordinária (ouch!) e V de Vingança.

Rambo IV

Quando é requisitado para levar missionário à Birmânia, Rambo primeiramente se nega, mas, influenciado por uma missionária de rostinho bonito, ele finalmente cede. Mas quando os missionários são raptados por militares, ele sente o peso da responsabilidade e parte para resgatá-los. Stallone repete a ‘façanha’ de Rocky Balboa, atuando, dirigindo, produzindo e escrevendo o roteiro (um autêntico Charles Chaplin!).

A verdade é que Rambo IV é Kill Bill só que sem estilo, sem roteiro, sem boa fotografia, e sem boas atuações também. A semelhança com o filme de Tarantino, no entanto, é o banho de sangue promovido pelo senhor botox. Eu até entendo que Stallone tentou mostrar o horror da guerra em seu filme, mas falhou miseravelmente. Mostrar Rambo atirando em pessoas, cujas cabeças explodem como melancias depois de seus tiros, não é a melhor maneira de acentuar o caráter dramático da guerra. As cenas ficam tão exageradas que tendem para o cômico, daí os planos do diretor vão para o beléleu.

Além do mais, não existe dramaturgia em filmes como esse. No primeiro, lembro-me vagamente, ainda existia. Rambo era um personagem de fato, queria coisas, desejava, etc. Nesse, temos a impressão de que Rambo é só alguém que executa coisas na tela. Não há conflitos muito além de ‘entrar-matar-sair’. Stallone só acerta quando não exagera e superestima seu personagem. Sendo assim, nesse filme não vemos Rambo fazer coisas extraordinariamente grandiosas, como no passado. Ele é simplesmente um vovô da selva, musculoso e que ainda consegue atirar bem com seu arco e com metralhadoras antiaéreas.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Anatomia de Saul Bass


O nome de Saul Bass não é desconhecido para um fã de cinema, ele foi o responsável por criar o que se conhece como 'Design de crétidos'. Isso mesmo, uma pessoa que se dedica exclusivamente a planejar como os créditos iniciais (ou finais) de um filme serão exibidos na tela. Bass começou com uma chance dada pelo diretor Otto Preminger, no filme Carmen Jones, a princípio ele faria apenas o pôster do filme. Mas Preminger gostou tanto do resultado que acabou contratando Bass para fazer toda a sequência inicial de créditos do filme. A partir daí Saul Bass brilhou sozinho.

Não vi muitos dos filmes que Bass fez o design de créditos, mas vi alguns que são os mais famosos. A abertura de Cassino, de Scorsese, é muito interessante. A de Vertigo, ou, Um Corpo que Cai aqui na Jaculândia, é outra muito bacana. Agora, a mais famosa de todas provavelmente é a abertura de Anatomy of a Murder de Otto Preminger:


Pensando nisso, alguns fãs, e nerds, resolveram fazer uma brincadeira e mostraram como seria a abertura de Star Wars se fosse desenhada por Saul Bass, confiram:


Saul Bass morreu em 25 de Abriu de 1996, no seu currículo constam mais de 50 aberturas de filmes, design de cartazes, além de filmes de sua autoria. Para conferir a obra de Saul Bass clique aqui.

"My initial thoughts about what a title can do was to set mood and the prime underlying core of the film's story, to express the story in some metaphorical way. I saw the title as a way of conditioning the audience, so that when the film actually began, viewers would already have an emotional resonance with it." - Saul Bass - (Fonte: Wikipedia)

Vi aqui e aqui.

terça-feira, 4 de março de 2008

Jogos do Poder

O congressista Charlie Wilson se interessa pelo conflito armado no Afeganistão durante o início da década de 80. Percebendo-o como uma verdadeira frente de combate ao comunismo, ele (Tom Hanks), Joanne Herring (Julia Roberts) uma socialite texana e Gust Avrakotos (Philip Seymor Hoffman), um agente da CIA, farão de tudo para aumentar os incentivos econômicos dos EUA para o pequeno país.

Jogos do Poder é a crônica de como os Estados Unidos cavaram a própria sepultura com o Oriente médio e Afeganistão. Além de um olhar um tanto quanto cínico sobre a própria guerra, como não poderia deixar de ser. Apesar de lançar um olhar crítico para os dois lados da cortina de ferro, fica bastante claro que a crítica ao comunismo é mais pesada. Na verdade a crítica é mais dirigida aos comunistas russos do que ao comunismo em si.

Também não há como discordar que as atrocidades cometidas pelos soldados russos ao povo afegão tinham que ser impedidas a qualquer custo. Mike Nichols joga com os valores da guerra a todo momento. Sacraliza a guerra no discurso dos personagens para questioná-la com música sacra enquanto os soldados atiram em velhos e crianças pelas cidades. Todos falam em nome de Deus, todos matam em nome de Deus.

O filme só peca do meio para o final, quando resolve assumir uma postura excessivamente moralista. O discurso sobre Deus, praticamente inexistente na primeira metade do filme, começa a ficar cada vez mais presente. E, embora tenha entendido as implicações de se abordar esse assunto, não acho que o cineasta soube aproveitá-lo coerentemente. Ao final, Nichols começa a ser excessivamente didático também, explicando quase explicitamente qual é seu ponto de vista ao expectador.

sábado, 1 de março de 2008

Filmes de Fevereiro


Exatamente a mesma quantidade de filmes do mês passado, 26. Me parece um número razoável já que ano passado eu vi pouquíssimo filmes, infelizmente. Mesmo assim deu pra ver muitos clássicos que há anos eu queria ver. Fico pensando quando vou conseguir igualar minha média da época de colégio, quando o número de filmes anuais superava as três centenas em muito. Bons tempos aqueles...


01. A Marca da Maldade - (O. Welles, 1958) - * * * * *
02. Juno - (J. Reitman, 2007) - * * * *
03. Saneamento Básico - O Filme - * * * * *
04. Videodrome - A Síndrome do Vídeo - (D. Cronenberg, 1983) - * * *
05. Cloverfield - (M. Reaves, 2008) - * * * *
06. Onde os Fracos não tem Vez - (Coen bros.,2007) - * * * *
07. Cubo - (V. Natali, 1997) - *
08. Intriga Internacional - (A. Hitchcock, 1959) - * * * * *
09. Feitiço do Tempo - (H. Ramis, 1993) - * * * *
10. Pecados Íntimos - (T. Field, 2006) - * * * * *
11. O Som do Coração - (K. Sheridan, 2007) - * *
12. Sweeney Todd - O Barbeiro demoníaco da Rua Fleet - (T. Burton, 2007) - * * * *
13. Mandando Bala - (M. Davis, 2007) - * *
14. O Bebê de Rosemary - (R. Polanski, 1968) - * * * *
15. Persona - Quando duas mulheres pecam - (I. Bergman, 1966) - * * * *
16. A Noite Americana - (F. Truffaut, 1973) - * * * * *
17. Cujo - (L. Teague, 1983) - *
18. Respiro - (E. Crialese, 2002) - * * *
19. Fitzcarraldo - (W. Herzog, 1982) - * * * *
20. Sangue Negro - (P.T. Anderson, 2007) - * * * * *
21. Ligeiramente Grávidos - (J. Apatow, 2007) - * * *
22. Piaf - Um Hino ao Amor - (O. Dahan, 2007) - * * * *
23. Os Donos da Noite - (J. Gray, 2007) - * * * *
24. Um Verão para Relembrar - (R. Hardy, 2007) - * *
25. Antes de Partir - (R. Reiner, 2007) - * * *
26. Frenesi - (A. Hithcock, 1972) - * * *

UPDATE: Segundo fui informado Um Verão para Relembrar é na verdade Um Verão Para Toda Vida, Valeu Weiner!


Saldo: Cinema: 7, Dvd: 19, Tv: 0.

Filmes de Janeiro aqui.