Depois criamos os diferentes segmentos dentro do programa e criaram-se equipes de trabalho para filmar os segmentos que deveriam se filmar antecipadamente. Eu fique à cargo do roteiro de um punhado de comerciais, um videoclipe e o segmento de fofocas ficcionais do programa, segmento que também apresentei. No final das contas o saldo foi positivo, conseguimos o que queríamos que era criar algo divertido, mas, como eu suspeitava, infelizmente esse formato permite que as pessoas pensem que podem enfiar qualquer coisa no programa. E aí vem o pior que existe aqui nessa escola, bem, talvez em qualquer escola de cinema: os supostamente gênios. Escrevi um roteiro para um videoclipe que foi descartado ao final, porque quem ia dirigir o dito cujo soube que a outra equipe responsável por outro videoclipe havia feito um vídeo excelente. Deu aquela coceirinha e o diretor resolveu mudar o projeto todo e fez uma clipe muito bem realizado, mas brega até a morte. E por aí foi, no final o programa ficou um pouco como um Frankstein sem conceito, com algumas coisas muito engraçadas mas outras que se levavam a sério demais, e por isso,fracas, ou melhor, fora de contexto.
Mas no final das contas deu pra sentir o peso de trabalhar em um programa de televisão, de ficar até as três da manhã escrevendo o roteiro que vai ser usado no dia seguinte porque o material atrasou na edição. De dar um friozinho na barriga na hora de cortar de uma câmera para outra. De entrar no ar ao vivo, mesmo que seja para 50 pessoas ao redor de uma TV de plasma no lobby da escola. A escola também alugou uma unidade móvel da televisão cubana que junto que com o estúdio bacana que a gente já tem, contribuíram muito pra experiência ser real e vibrante.